terça-feira, 19 de novembro de 2024

Zelensky: mil dias da invasão russa


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À guisa de discurso especial lembrando o milésimo dia da invasão em larga escala da Rússia pela Ucrânia (já parcialmente tomada nas regiões de Donetsk, Luhansk e Crimeia desde 2014) em 24 de fevereiro de 2022, a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, convocou uma sessão especial pra que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky seguisse tentando convencer os legisladores a fazerem tudo pra cortar as asas de Putin. Dispensando sua típica gravação pelas redes sociais, sua exortação foi muito mais moral, já que não apresentou elementos novos, salvo o aparecimento dos militares norte-coreanos, no contexto em que os EUA acabam de dar mais liberdade pra que Kyiv use foguetes contra alvos dentro da Rússia. Eu traduzi a partir do inglês com a ajuda das legendas automáticas que apareciam no YouTube (o vídeo segue no final), e por vezes recorri às legendas em ucraniano pra tirar uma dúvida específica em meio a uma pronúncia não perfeita:


Estimadas senhoras e senhores, estimados amigos, nossos amigos, amigos da Ucrânia.

Obrigado por apoiarem a Ucrânia. Obrigado, Roberta [Metsola, presidente do parlamento], por convocar esta seção extraordinária do Parlamento Europeu para marcar o milésimo dia da guerra em larga escala. Obrigado por garantir que nem um único desses mil dias dessa terrível guerra se tornasse de traição a nossos valores europeus comuns. Provamos que esses valores não são apenas palavras, não algo abstrato. Os valores e o modo de vida europeus, quando passados à prática, protegem a vida das pessoas reais. Muito obrigado.

Juntos, a Ucrânia, a Europa inteira e todos os nossos parceiros nos EUA e no mundo todo conseguimos não apenas impedir que Putin tomasse a Ucrânia, mas também defender o território de todas as nações europeias. Mesmo unido ao norte-coreano Kim Jong-un, o campo de Putin continua menor do que a força da Europa unida. Advirto-os para que não esqueçam isso, não esqueçam o quanto a Europa é capaz de alcançar. E se pudermos deter a decadência do modo europeu de vida, certamente poderemos impelir a Rússia a uma paz justa.

A paz é o que mais desejamos. Dois anos atrás, propusemos a Fórmula da Paz, e sou grato a todos na Europa e a cada parceiro que a apoiou. E os srs., no Parlamento Europeu, estiveram entre os primeiros a apoiar a Fórmula da Paz. E a única que se opõe a ela foi aquela que começou esta guerra: a Rússia. E devemos impelir a Rússia a uma paz justa.

Cada ataque e cada ameaça vindos da Rússia devem ser respondidos com duras sanções. Pois mil dias foram cruciais para reduzir radicalmente a capacidade da Rússia de financiar sua guerra por meio da venda de petróleo. O petróleo é o sangue que circula pelas veias do regime de Putin, e a frota oculta de navios-tanque é o que o mantém vivo. Enquanto esses navios-tanque estiverem operando, Putin vai continuar matando. Sanções pesadas são essenciais.

Obrigado a cada um dos srs., obrigado novamente, Roberta, e obrigado a cada um dos srs. que apoia nosso povo, nossa resiliência, nossa capacidade de restaurar a segurança, mesmo após os mais devastadores ataques massivos da Rússia. Juntos realizamos muitas coisas, mas não devemos ter medo de fazer ainda mais. Agora, Putin trouxe 11 mil militares norte-coreanos até a fronteira com a Ucrânia. Esse contingente deve atingir os 100 mil. Enquanto alguns líderes europeus pensam em eleições ou algo similar às custas da Ucrânia, Putin está focado em vencer esta guerra. Ele não vai parar por conta própria: quanto mais tempo ele tiver, piores vão se tornar as condições.

Todo “hoje” é o melhor momento para impelir a Rússia com mais força, e está claro que sem certos fatores-chave, a Rússia vai se privar de uma real motivação para se empenhar em negociações significativas. Sem incêndios em seus depósitos de munição em território russo, sem o desmantelamento de sua logística militar, sem bases aéreas russas destruídas, sem a perda de sua capacidade de produzir mísseis e drones e sem o confisco de seus ativos [no exterior], os srs. sabem muito bem que Putin menospreza as pessoas ou as regras. Ele só valoriza o dinheiro e o poder. Isso é tudo de que devemos privá-lo para restaurar a paz.

Se alguém na Europa pensa que pode vender para Moscou a Ucrânia ou qualquer outro país como os Estados bálticos, os Bálcãs, a Geórgia, ou a Moldova e ganhar algo em troca, que se lembre-se desta simples verdade: ninguém pode desfrutar de águas calmas em meio a uma tempestade, e devemos fazer de tudo para terminar esta guerra de forma honesta e justa, como a sra. disse, Roberta, e juntos, claro. Mil dias de guerra é um tremendo desafio. A Ucrânia merece que o próximo ano seja tornado o Ano da Paz.

Obrigado novamente, muito obrigado, obrigado por suas resoluções, suas decisões, seus princípios, suas visitas à Ucrânia durante a guerra, durante seu primeiro ano, o qual foi particularmente tão difícil, e obrigado por sua fé na Ucrânia. Muito obrigado, Slava Ukraini!



segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Interlíngua de família, peluda e mansa


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Melhor propaganda elaborada pra interlíngua, rs:


quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Material gratuito sobre o Holodomor


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Este é um dos raros casos em que temos um rico e forte conhecimento histórico disponibilizado de graça e de mão beijada, e que somos trouxas se perdemos tal oportunidade. Muitas das obras mais recentes de historiadores sérios que contam todos os aspectos da existência da URSS podem ser facilmente baixadas digitalizadas em sites, digamos, ilegais, mas nem sempre os últimos e melhores lançamentos escapam dos altos preços impostos pelos grandes conglomerados online. Já alegar a “barreira da língua” como pretexto pra continuar se fiando em material ruim, antiquado ou doutrinário, nem funciona mais.

Se você veio parar aqui porque sempre admirou meu trabalho de traduções por causa do finado canal “Pan-Eslavo Brasil”, mas ainda fica falando de “Holoconto” e que “Ain, Stanley não provocou a fome artificialmente!” com seus biguinhos nas redes, vá tomar naquele lugar. Suma daqui, pois este texto não é pra você. Mas se você tem a mente mais aberta, mesmo simpatizando com aquela gangue (ou parte dela) de assassinos chamada Lenin, Trotsky e Stalin, aproveite a chance pra baixar em inglês e em ucraniano o livro de Valentina Kuryliw, The Historian’s Craft Lesson on Human Rights and the Holodomor (algo como “A aula na oficina do historiador sobre direitos humanos e o Holodomor”). Ela é diretora do Centro de Educação no Consórcio de Educação e Pesquisa sobre o Holodomor (HREC) do Canadá, país onde a diáspora é mil vezes mais ativa, organizada e combativa do que aqui (Paraná).

Na tradução abaixo que fiz diretamente do inglês, além dos links pros PDFs dos livros nas duas línguas, há uma apresentação do PowerPoint que serve como material didático complementar, facilitando o uso de todo o conjunto em atividades escolares pra adolescentes. Esse, aliás, é o objetivo principal de Kuryliw, pra que desde cedo a juventude não seja vítima nem da propaganda das viúvas soviéticas, nem dos gigolôs pagos em rublos pelo Kremlin:

Livro sobre o Holodomor disponível de graça para encorajar os educadoes ao redor do mundo – O mais recente livro de Valentina Kuryliw sobre direitos humanos e o Holodomor agora está disponível no site da UWC (Congresso Mundial Ucraniano) sobre Recordação para encorajar o ensino do Holodomor no mundo todo durante o Novembro da Recordação.

Valentina Kuryliw, Diretora de Educação no HREC do Canadá, em parceria com o HREC da Ucrânia, publicou um inovador livro didático intitulado The Historian’s Craft Lesson on Human Rights and the Holodomor.

O livro oferece métodos inovadores para ensinar aos alunos do Ensino Médio sobre o Holodomor e os direitos humanos, usando variadas fontes históricas e tarefas interativas.

No livro, os alunos assumem o papel de “jovens detetives”, investigando, analisando e sintetizando as informações fornecidas durante a aula. Essa abordagem promove o envolvimento do aluno no processo de aprendizagem, desenvolve habilidades de pensamento crítico e histórico, ajuda a expressar pensamentos e ideias com clareza e o incentiva a continuar pesquisando sobre o assunto.

Neste plano de aula, os professores se tornam facilitadores no diálogo com os alunos para ajudá-los a chegarem a suas próprias conclusões, conforme descreve Kuryliw.

O livro foi oficialmente recomendado pelo Ministério da Educação e Ciência da Ucrânia como um recurso de ensino para escolas e para fins de treinamento de professores em toda a Ucrânia.

Este download global gratuito (em PDF) do livro é possível graças ao apoio do HREC, que integra o Instituto Canadense de Estudos Ucranianos (Universidade de Alberta). Para mais informações sobre o livro e todos os três downloads, visite o site do HREC ED.

O livro pode ser baixado de graça em ucraniano e em inglês até o final de novembro, junto com um PowerPoint em inglês. [Tá bom, confesso, eu pirateei o material e ele vai ficar disponível na pasta Livros sobre comunismo da minha biblioteca pública, rs!]



domingo, 10 de novembro de 2024

HEIL HONECKER!


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O Führer da colônia soviética conhecida como “Alemanha” Oriental experimentou duas vezes a prisão de Moabit: antes da 2.ª Guerra Mundial e após o fim de sua ditadura, quando quase pagou por seus crimes contra a humanidade. Teve a sorte, por assim dizer, de morrer de câncer no Chile em 1994. Curiosamente, escapou ileso do terror adolfista, destino não conhecido pelo então líder do PC alemão e o principal boneco de Stalin que pavimentou o caminho pro fim da República de Weimar (“Depois de Hitler é nossa vez!”), Ernst Thälmann:




Mas por trás de todo facho, sempre há um... (Não pensem idiotices, isto é mera broderagem camaradagem socialista, seus pederastes ocidentais degenerades!!!)


Piada comunista! No mesmo documentário russo produzido em 2008 sobre a biografia de Adolf Honecker, o acadêmico Valentín Fiódorov, então vice-diretor do Instituto da Europa da Academia de Ciências da Rússia, resolve soltar o que se revelaria uma profecia na época da RDA:

Na época de [Erich] Honecker havia piadas deste tipo:

Uma turista ocidental está tentando arrancar um pedaço do concreto do Muro de Berlim. Armado com um Kalashnikov, um guarda de fronteira da Alemanha Oriental se aproxima dela e diz:

– Minha cidadã, o que a senhora está fazendo?

Ela responde:

– Eu quero levar uma lembrança [ou “suvenir”, se quiser].

– É proibido! O que vai acontecer se todos fizerem a mesma coisa?


sexta-feira, 8 de novembro de 2024

BRODERAGEM FRANCO-ALEMÃ


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Não existe o conceito de “amizade franco-alemã”, nascido na década de 1960, após a superação dos rancores cultivados desde o século 19 e culminados na invasão nazista? E todo novo governante dos dois países não forma um “casal franco-alemão”? Pois é, aqui no Çú podiam reelaborar o conceito como broderagem franco-alemã, rs. Afinal, onde que foi parar a mão esquerda do Macron nessa foto??? Só é uma pena que...


Seguem agora outras notícias de nosso utilíssimo serviço informativo:






Os ucranianos vão cobrar a promessa do Laranjão!!!


quarta-feira, 6 de novembro de 2024

And I’m proud to be an American...


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Foi aí que começou a ferrar com tudo, kkkkk!


“Trump eleito fazendo xixi toda hora”... sendo o presidente mais velho da história. Tinha que ser no DCM mesmo 🤣



Dancinhas da vitória do “Laranjão”, como é chamdo pela própria Facholândia bananeira, rs:




E finalmente, mais algumas notícias da semana:








domingo, 3 de novembro de 2024

Geisy Arruda iraniana + Chupa Putin


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Este mês de novembro promete ser caliente na política e na geopolítica... Com os EUA em estado de espera, com mais uma derrota de Putin na Moldova, com o Mediterrâneo Oriental sem perspectiva de paz e com a Jararaca rastejando cada vez mais “à direita”, o Irã resolve nos brindar com o mais novo meme da militância libertária (não aquela que nunca transa e só pensa em ganhar dinheiro de mentira). A universitária de 30 anos Āhu Daryāyi (آهو دریایی) foi filmada ontem, 2 de novembro, andando de calcinha e sutiã (e meia invisível também?) pelo ramo de Ciência e Pesquisa, também conhecido como “Olum-o-Tahqiqāt”, da Universidade Islâmica Āzād (privada) de Teerã.

Curiosamente, āhu significa “gazela” em persa, mas é só curiosidade mesmo, rs. Conforme filmado por algumas garotas e divulgado no perfil da jornalista exilada nos EUA, Masih Alinezhad, a moça é abordada por um funcionário enquanto estava sentava numa mureta, depois se levanta e sai andando pela rua fazendo caretas de deboche, até que metros depois é abordada por umas esbirras urubus da ditadura e colocada num carro, com destino incerto. Dois anos depois do que aconteceu com a curda tristemente célebre Mahsa Amini (Jîna Emînî), o possível desfecho causa preocupação e as versões são desencontradas: uns falam em protesto voluntário, outros alegam que ela estaria atribulada após se separar do marido e ter de criar seus dois filhos...

Sei que não é pra “rir” de tal situação de opressão, embora eu já ache exagero sair de lingerie na rua. Mas acho que os aiatolás não viam uma calcinha ao vivo há várias décadas, e além disso, pra quem não se recorda do que aconteceu em 2009 na Uniban de São Paulo, o país acaba de ganhar sua própria Geisy Arruda (deixo pra você o julgamento da comparação pelo pai dela com o “Oriente Médio”, rs). Diferença: além de ganhar a vida com esse episódio, Geisy só foi expulsa (!) da faculdade, e não corria risco de ser presa, muito menos de vida. O “único” problema é que aqui o caldo já estava sendo formado pra “ereção” do Talibã evangélico... Na Banânia ninguém ficou sabendo, nem a ex-querda feudal pró-Sharia que “educa com o toba”, mas o fim de semana todo surgiram as montagens de apoio no Irã. Pra seu deleite e prazer, deixo abaixo apenas o trecho em que a modelo está bem visível:





















E pra começar maravilhosamente a semana: CHUPA PUTIN! É MAIA DE NOVO! ACABOU A “MOLDÁVIA” RUSSA!