Este vídeo é um trecho da tradicional parada francesa em comemoração à queda da Bastilha, conduzida nos Champs-Élysées em 14 de julho de 2015, na presença do presidente François Hollande, do primeiro-ministro Manuel Valls e do presidente do México, convidado de honra, Enrique Peña Nieto. O Coral do Exército Francês executa Le Chant des partisans (A canção dos guerrilheiros), hino da Resistência Francesa contra os nazistas, e La Marseillase (A Marselhesa), hino nacional da França.
A Marselhesa era antes um Canto de guerra para o Exército do Reno composto por Claude Joseph Rouget de Lisle em 1792 durante a guerra entre França e Áustria. Foi decretada “canto nacional” em 1795, abandonada em 1804, retomada em 1830 e tornada hino nacional em 1879, com uma “versão oficial” efetivada em 1887. Le Chant des partisans foi composto primeiro em russo pela emigrada Anna Marly em 1941 e recebeu letra em francês dos resistentes Joseph Kessel e Maurice Druon em 1943. Nesse ano, uma gravação chegou clandestina à França ocupada, expandiu-se com o epíteto de “Marselhesa da Resistência” e continuou popular após a guerra.
Há muitas variantes das letras das duas canções, mas A Marselhesa eu tirei da Wikipédia em francês, e Le Chant des partisans eu tirei desta página. Este eu mesmo traduzi, cotejando com as versões em espanhol, esperanto e russo da Wikipédia, e da Marselhesa eu dispunha das traduções da Wikipédia e a do livro Francês urgente para brasileiros, de Angela F. Perricone Pastura. A partir delas, cheguei à minha própria versão, cotejando ainda com as das Wikipédias em inglês, espanhol, italiano, catalão, esperanto e galego.
No Chant des partisans usei linguagem moderna, mas na Marselhesa mantive “tu”, “vós” e presente simples ao invés do presente contínuo. Recorri também a textos que explicavam em parte Le Chant des partisans (“Poésie engagé”) e A Marselhesa (“La Marseillaise expliquée aux cons” – aqui; “Au-delà du sens politique et historique, que signifient au juste les paroles de notre hymne national ?” – aqui). O polêmico “sang impur” (sangue impuro), considerado racista, entendi como “sangue plebeu” (não azul/puro), e não “sangue estrangeiro”.
O desfile completo de cujo vídeo eu tirei o trecho pode ser visto no canal do Ministério da Defesa francês. A Marselhesa é executada, além de seu refrão, nas estrofes 1 e 6, mais empregadas em eventos oficiais, embora a letra completa tenha 7 estrofes. A banda e o coral formam o desenho da Cruz de Lorena, símbolo europeu famoso adotado pela Resistência Francesa e popular entre os gaullistas. Depois do vídeo legendado estão as letras das duas canções em francês e em português:
Le Chant des partisans Ami, entends-tu Le vol noir des corbeaux Sur nos plaines ? Ami, entends-tu Les cris sourds du pays Qu’on enchaîne ? Ohé ! partisans, Ouvriers et paysans, C’est l’alarme ! Ce soir l’ennemi Connaîtra le prix du sang Et des larmes ! Montez de la mine, C’est nous qui brisons Ici chacun sait ____________________ |
Amigo, ouve o voo nefasto dos corvos sobre nossas planícies?
Amigo, ouve os gritos abafados do país que acorrentam?
Ei, guerrilheiros, operários e camponeses, é o alarme!
Esta noite o inimigo pagará por nosso sangue e lágrimas!
Subam da mina, desçam das colinas, camaradas!
Tirem das palhas os fuzis, a metralha, as granadas...
Ei, matem logo os assassinos na bala e na faca!
Ei, sabotador, cuidado com a dinamite que carrega!
Nós quebramos as grades das prisões para nossos irmãos,
Com o ódio nos perseguindo, a fome pressionando, a miséria...
Há lugares em que as pessoas sonham acamadas;
Aqui, está vendo, nós marchamos, matamos, morremos.
Todos que vêm aqui sabem o que querem e fazem...
Amigo, se você perece, um amigo sai da sombra ao seu lugar.
Amanhã sangue impuro secará ao sol sobre as estradas.
Assobiem, companheiros, na noite a Liberdade nos escuta...
La Marseillaise 1. Allons enfants de la Patrie, Le jour de gloire est arrivé ! Contre nous de la tyrannie L’étendard sanglant est levé, L’étendard sanglant est levé, Entendez-vous dans les campagnes Mugir ces féroces soldats ? Ils viennent jusque dans vos bras Égorger vos fils, vos compagnes ! Refrain : 2. Amour sacré de la Patrie, (Refrain) ____________________ 1. Vamos, filhos da Pátria, O dia da Glória chegou! A bandeira sangrenta da tirania É desfraldada contra nós, É desfraldada contra nós, Vós ouvis nos campos Mugir esses soldados ariscos? Eles vêm a vossos lares para Degolar vossos filhos e mulheres! Refrão: 2. Amor sagrado pela Pátria, (Refrão) |
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