Na Índia e no Paquistão, e acredito que em outros países vizinhos, as enormes células de papel pras eleições locais, regionais e nacionais não se contentam em ter os nomes dos partidos e dos candidatos. Quem já leu ou assistiu algo sobre a região, deve ter notado que se imprimem também alguns desenhinhos, em sua maioria com um estilo que consideraríamos de cartilhas infantis de alfabetização, nem sempre com qualquer relação a assuntos eleitorais ou mesmo à ideologia pela qual se deseja votar.
Segundo a Wikipédia em inglês, essas figurinhas se chamam “símbolos eleitorais” e existem porque nesses países, sobretudo Índia e Paquistão, o índice de analfabetismo ainda é bastante alto. Por isso, se não sabem ler os nomes dos partidos e dos candidatos, os eleitores podem associar um desenho (seja um sino, um gato ou mesmo um pneu de carro) a cada um deles, geralmente os conhecendo nas propagandas eleitorais. No Paquistão, por exemplo, esses símbolos (aqui no PDF, há os nomes dos partidos e os nomes dos símbolos, tudo em inglês) são alvo de toda uma deliberação oficial e definidos rigidamente numa longa lista.
Essa sim, é uma escolha difícil, né, Estadão?
Ainda segundo a Wikipédia, os números atribuídos aos partidos brasileiros também são considerados “símbolos eleitorais” que podem facilitar a votação por quem não sabe ou sabe pouco ler ou escrever, e eu diria, quem enxerga mal também. Quando o multipartidarismo voltou ao Brasil, no início da década de 1980, os partidos então existentes receberam algarismos simples: 1 era o PDS (ex-ARENA, partido da ditadura), 2 era o PDT, 3 era o PT, 4 era o PTB (hoje extinto) e 5 era o PMDB (hoje MDB). Porém, com a multiplicação de legendas, precisaram-se de dois algarismos, e nos casos citados, apenas se acrescentou um 1 inicial que segue até hoje: 11 (hoje ligado aos Progressistas), 12, 13, 14, 15...
Atualmente, a existência de números também facilitou o trabalho com as urnas eletrônicas, tecnologia quase única no mundo, que acrescentou ainda as fotos (hoje coloridas!) dos bandidos candidatos, letras bem grandes e teclas em Braille. Porém, como os bolsominions continuam acreditando que deveríamos voltar aos tempos das cédulas, ou pelo menos acrescentar a impressão do voto eletrônico (o que, além de um desperdício, é uma violação do princípio do voto secreto, a não ser que você engula ou enrabe o recibo!), trago aqui uma sugestão. Temendo ferir sensibilidades, podíamos também acrescentar os seguintes desenhos nas cédulas brasileiras, com personalidades do passado e do presente, caso seguíssemos o moderníssimo sistema hindustâni:
Lembrando que essas são as personalidades mais antigas e conhecidas, e certamente não pode ser exaustiva porque não inclui vários políticos mais ou menos jovens de primeiro mandato. Se você tiver sugestões, pode me escrever, pois dependendo do número de figuras, pode surgir toda uma cédula nova. Eu mesmo tive algumas ideias que decidi deixar de fora pra não ficar longo demais, mas resolvi não as externar no momento, rs!
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