sábado, 13 de janeiro de 2024

MINHA DEFESA DE TESE (30/jan)!



Meu primeiro dia no mestrado, em março de 2014. Magrinho, rs... Seriam 10 anos de pós-graduação pontuados pela crise político-econômica e pela pandemia. O ex-colega e já doutor Jonatas tirou a foto!


Título: A Comintern e o Brasil, 1924-1943: as relações mútuas e a política de Moscou para o PCB
Aluno(a): Érick Fiszuk de Oliveira
Programa: História
Data: 30/01/2024 - 14:00
Local: Sala da Congregação - IFCH - UNICAMP
Membros da Banca:

  • Claudio Henrique de Moraes Batalha - Orientador (UNICAMP)
  • Fernando Teixeira da Silva (UNICAMP)
  • Marcos Tadeu del Roio (UNESP)
  • Angelo de Oliveira Segrillo (USP)
  • Daniel Aarão Reis Filho (UFF)

Descrição da Defesa (Resumo/Abstract):
A fundação do Partido Comunista do Brasil (PCB) em 1922 propiciou não apenas a introdução da propaganda bolchevique no país, mas também a leitura e publicação mais regulares das obras de Karl Marx e Friedrich Engels, o conhecimento das vicissitudes da União Soviética e a promoção de debates focados nas mulheres, jovens e pobres, em oposição ao fazer político da elite cafeeira. Contudo, existem ainda poucas pesquisas sobre os mecanismos que ligavam os comunistas brasileiros e a Internacional Comunista (Comintern), criada na Rússia em 1919 para acelerar a revolução socialista mundial e dirigir os partidos comunistas ao redor do mundo. O objetivo desta tese é entender como o PCB praticava a linha imposta por Moscou conforme a recepção e leitura que dela fazia, quais eram os obstáculos técnicos e culturais aos contatos mútuos, qual era o papel do Brasil na estratégia da Comintern para a América Latina e como funcionavam os órgãos regionais intermediários entre a “matriz” e sua “seção nacional”. Para tanto, foram consultados e lidos sob uma nova ótica documentos dos arquivos russos hoje abertos, jornais, revistas, autobiografias e a historiografia mais recente publicada no Brasil e no exterior. Em contraste com as abordagens que viam os comunistas como meros “agentes de Moscou” ou que davam peso excessivo aos fatores nacionais, concluiu-se que o PCB foi criado em meio a uma onda espontânea de admiração pela Revolução de Outubro da parte de intelectuais e operários. Se na década de 1920 a elaboração teórica foi relativamente autônoma e a busca por contatos mais fortes com a URSS foi uma escolha deliberada, na década de 1930 a intervenção direta da Comintern tolheu a liberdade criativa e desestabilizou a composição do núcleo dirigente. Contudo, também se levou em conta que o modo como funcionavam diversos órgãos intermediários entre a cúpula da Comintern e o PCB, como o Secretariado Latino-Americano e o Secretariado Sul-Americano, influíam consideravelmente nas decisões que se tomavam e no modo como elas se transmitiam. A instabilidade política no Brasil, as diversas ondas de repressão ao movimento operário que elas costumavam acarretar e o papel que a diplomacia soviética reservava à América Latina influíam igualmente nas possibilidades de movimento dos comunistas brasileiros. Em suma, esta tese permite mostrar como o PCB, durante a existência da Comintern, esteve condicionado ao mesmo tempo por fatores nacionais, estrangeiros e transnacionais, dentro dos quais os militantes desfrutavam de um grau considerável, mas não absoluto, de agência.

Se desejar, leia também minha dissertação de mestrado (2017) e meu trabalho de conclusão de curso (2012)!


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