Entrando hoje no X, soube que esta moça do Mato Grosso, chamada Ana Benevides, de apenas 23 anos, foi com algumas amigas no show de Taylor Swift no estádio do “Engenhão”, na cidade do Rio de Janeiro, tendo voado de avião pela primeira vez na vida. Porém, com o calor incomum que fazia (como faz em boa parte do Centro-Sul, sem contar a seca na Amazônia), vários fãs passaram mal, e ela mesma desmaiou logo após a segunda canção da cantora, ironicamente chamada Cruel Summer... Levada com urgência ao hospital, acabou morrendo após uma parada cardiorrespiratória, mas a causa do óbito ainda está pra ser oficializada. A própria Taylor viu que as pessoas tinham sede e pediam água, e chegou a dar garrafas e pedir mais às equipes, bem no meio das músicas!
Muito podem julgar os “swifties” (assim como outras “-etes”, “lovers” e “minions” da vida) pelo sacrifício de pagar um dinheirão, ficar numa longa fila e se espremer no meio de uma multidão delirante. Mas pra além disso, pelas indicações dadas por várias testemunhas e outros fãs que também tiveram problemas ontem, parece que houve igualmente uma negligência gigante e uma péssima organização por parte da T4F (“Time for Fun”, outro nome irônico), empresa brasileira encarregada da estrutura. Sou a última pessoa a ir em tais eventos, mas não tenho direito de criticar o que cada um faz de sua vida. E se existe demanda, a oferta tem que corresponder às expectativas... Nos principais sites de notícias, já há volumosos relatos, mas decidi colocar aqui tudo o que fui achando pelo X nesta manhã. Como vemos pela foto acima, realmente conhecer Taylor era o sonho da vida da Ana.
Esta foi a “carta” que a própria Taylor publicou nos stories de seu Instagram após saber da morte da moça, que a arrasou demais. Apesar da ilusão que o modelo de “letra de mão anglo-saxã” possa causar, não é preciso ser grafologista pra ver que se trata de uma fonte de computador, pois não há nenhuma variação entre letras iguais. Eis minha própria tradução imperfeita:
Não consigo acreditar que estou escrevendo essas palavras, mas é com o coração despedaçado que informo que perdemos uma fã no começo da noite, antes [?] de meu show. Não consigo nem lhes dizer como isso me deixou devastada. As escassas informações de que disponho são que ela era incrivelmente lindíssima e muitíssimo jovem.
Não vou conseguir falar sobre isso no palco, porque me sinto dominada pela dor assim que tento falar a respeito. Quero dizer agora que sinto profundamente essa perda e que meu coração partido está com a família e amigos dela. Essa é a última coisa que eu sequer pensaria acontecer quando decidimos trazer essa turnê ao Brasil.
Essa foi a desculpa, ou melhor, a nota de pesar oficial da Time for Fuck T4F, querendo tirar o próprio da reta. Porém, a verificar a veracidade das informações do “Tribunal do Twitter”, nada como os próprios presentes pra trazerem mais alguns “detalhes sórdidos” que sequer a mídia hegemônica ousou replicar. Se for comprovado o tratamento com clonazepam (nome genérico do Rivotril!), sob o pretexto de que estariam com “ansiedade” ou, em última instância, “histéricas”, deprimindo ainda mais o sistema nervoso e fazendo a pressão despencar, portanto multiplicando os efeitos do calor, poderemos ter um escândalo médico-jurídico...
Achei por acaso esta conta de um clube de fãs da banda Coldplay, cuja nota também achei interessante e resolvi aproveitar pra treinar meu “inglês”, rs (original certamente cheio de erros). Leiamos:
Alguns de nossos seguidores já sabem, mas além de fãs do Coldplay, também somos de Taylor Swift. Ontem ela fez sua primeira apresentação pública aberta aqui no Brasil, e o que era pra ser um sonho realizado se tornou pra nós, fãs, um pesadelo.
Nosso país está atualmente enfrentando uma enorme onda de calor, e os organizadores do evento (TF4) foram completamente negligentes pra com o público. Eles não deixaram as pessoas entrarem com garrafas d’água, que eram caras pra comprar dentro da arena, parte da ventilação estava coberta pra impedir as pessoas de verem o show de fora, e isso é apenas parte do que conseguimos lembrar agora.
Nós, fãs, temos de pagar por taxas de serviço e recebemos um “apoio” tão negligente que, por resultado, mais de mil pessoas tiveram de ser atendidas por médicos e bombeiros. Uma moça, Ana Benevides, infelizmente faleceu de ataque cardíaco, condição que só um calor extremo pode provocar.
Se a TF4 tivesse fornecido um serviço decente, não estaríamos enfrentando agora mesmo essa situação. Exigimos respeito, exigimos justiça, não somente por uma companheira swiftie, mas por todos os fãs de música ao vivo aqui no Brasil. Nossas vidas valem mais do que o lucro. Por favor, assinem a petição abaixo. Obrigado.
(Trata-se de uma petição lançada por uma fã no serviço Change.org, que estava quase atingindo a meta quando publiquei este texto, exigindo uma lei pela qual o Congresso Nacional obrigue as organizações a fornecerem água gratuitamente em situações semelhantes. Imagino que a “bancada do Estado nulo” vai chorar muito os prejuízos que os pobres empreendedores poderiam sofrer com tal coerção, buááá...)
E infelizmente, como em toda parte no mundo, tais situações empoderam o lado venenoso das pessoas pra elas verbalizarem publicamente seus piores instintos. Um desrespeito não só com a Ana, mas também com os fãs que pagaram e com a própria artista. Um dos perfis se autoproclama “ninho adorador”, imagine o “cretianismo” que ele professa! Peço perdão por não ter tido tempo de censurar nem os palavrões, nem os nomes, inclusive nos tuítes acima...
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