domingo, 14 de agosto de 2016

Dzmitry Sholakhau – Мой край (Torrão)


Link curto pra esta publicação: fishuk.cc/torrao


Procurando na rede poesia belarussa para ler e ocasionalmente traduzir (acho essa língua muito bonita!), achei por acaso o site Vershy.ru, que está todo em belarusso e tem poemas de vários autores, a maioria talvez não profissional, classificados pelo nome do escritor ou pelo tema de que tratam. Gostei muito de navegar nele, vi muitos poemas legais e dignos de ser trabalhados!

Um deles que julguei legal, curtinho e fácil o suficiente para uma iniciativa rápida foi o poema “Мой край” (Moi krai), que literalmente significa Minha terra e foi escrito por Dzmitry Sholakhau (Дзмітрый Шолахаў), sobre quem não encontrei mais informações na rede. O único fato interessante de que fiquei sabendo foi que a versão russa do nome, Dmitry Sholokhov, é usada por outro belarusso, um designer de moda que vive em Nova York. Até porque talvez seja um nome comum em Belarus, e porque não vi referências ao radicado como poeta, não tive por que crer serem os dois a mesma pessoa.

O poema de Sholakhau está nesta página, e clicando em seu nome pode-se ler outros escritos seus. Abaixo também fiz uma tabela com quatro composições: o texto belarusso em cirílico e na transliteração para o alfabeto latino conforme meu sistema, e a tradução literal com uma tradução poética minha, para vocês assimilarem a essência do trabalho. Além disso, antes da tabela coloquei um vídeo que mostra minha leitura em voz alta do poema em belarusso, para os curiosos de como soa a língua, e na tradução poética, acompanhados de legendas:


Мой край
Дзмітрый Шолахаў

Край мой мілы, край мой светлы,
Добры, безумоўна,
І такі да ўсіх прыветлы,
І такі цудоўны,

Што няма яму узораў,
Прыкладаў бяспрэчных.
І над ім лятаюць зоры
Ўсіх сузор’яў лепшых.

Край мой родны, край любімы –
Нівы і азёры,
Ты – адна мая Радзіма
Ў сонечным прасторы.

І нікому, край мой мілы,
Не аддам ніколі
Твае моры, небасхілы,
Руні ў родным полі.

Moi krai
Dzmitry Sholakhau

Krai moi mily, krai moi svetly,
Dobry, bezumouna,
I taki da usikh pryvetly,
I taki tsudouny,

Shto niama iamu uzorau,
Prykladau biasprechnykh.
I nad im liataiuts zory
Usikh suzoriau lepshykh.

Krai moi rodny, krai liubimy –
Nivy i aziory,
Ty – adna maia Radzima
U sonechnym prastory.

I nikomu, krai moi mily,
Ne addam nikoli
Tvaie mory, nebaskhily,
Runi u rodnym poli.

Minha terra
(tradução literal)

Minha terra querida, minha terra iluminada,
Boa, incondicional,
E tão amigável para todos,
E tão maravilhosa,

Que dela não há modelos,
Exemplos irrefutáveis.
E sobre ela voam as estrelas
De todas as mais belas constelações.

Minha terra natal, terra amada –
Campos arados e lagos,
Você é minha única Pátria
Na vastidão ensolarada.

E a ninguém, minha terra querida,
Nunca vou entregar
Seus mares, horizontes,
Sementeiras no campo natal.

Torrão
(tradução poética)

Meu torrão amado e raro,
Bom, inseparável,
Para todos tão preclaro,
Tão brilhante, afável,

Que não há igual no mundo,
Ímpar o estrelado.
Voam lampas no rotundo
Céu, feitiço armado.

Meu torrão natal querido –
Campos e lagoas,
Pátria sob o sol renhido,
Só à qual dou loas.

Vou guardar em meu torrão
Mares, hortas, vistas,
Nunca outros roubarão
Do meu berço as cristas.


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