domingo, 27 de março de 2016

Charles Michel e os ataques na Bélgica


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Charles Michel, primeiro-ministro da Bélgica, convocou uma coletiva de imprensa logo após os atentados a bomba perpetrados na capital Bruxelas na manhã de 22 de março de 2016. As explosões se deram no Aeroporto de Bruxelas-Nacional, localizado em Zaventem, e na estação de metrô Maelbeek, deixando dezenas de mortos, inúmeros feridos e aterrorizando uma população já assustada com a possibilidade de ataques iminentes.

Após os atentados que deixaram centenas de mortos em Paris em 13 de novembro de 2015, a Bélgica reforçou imensamente sua segurança porque os terroristas islâmicos residiam e haviam planejado tudo em Bruxelas. Desde então, a polícia belga tem ajudado a França na caça aos responsáveis e na prevenção de novos assassinatos. No dia 18 de março de 2016 havia sido preso na cidade o terrorista franco-marroquino Salah Abdeslam, mentor dos atentados de Paris, portanto todos supuseram que a tragédia da Bélgica fosse uma represália. De fato, o grupo Estado Islâmico reivindicou a autoria logo depois.

Com palavras similares às de François Hollande nas matanças recentes, o primeiro-ministro Charles Michel lamentou os atentados “cegos e covardes” e garantiu atendimento às vítimas e segurança em outros pontos de Bruxelas. Anunciando medidas de urgência para sanar a situação, pediu calma e união à população e agradeceu às equipes que estavam ajudando nos resgates e na vigilância. Na entrevista Michel cita o OCAM (Órgão de Coordenação para a Análise de Ameaças), serviço oficial de prevenção ao terrorismo e extremismo, e o Centro de Crise, serviço de inteligência que junta informações e disponibiliza, com sua infraestrutura, às autoridades em casos críticos.

O trecho inicial da fala de Charles Michel, que vai até “violents et” (“violentos e”), não aparece no vídeo. Esta transmissão do canal de TV France 24 pode ser vista nesta página sem as legendas que eu fiz. Abaixo estão o vídeo legendado, a transcrição da fala em francês, que fiz de ouvido e lendo alguns trechos esparsos que achei na rede, e a tradução em português, não alterada na legenda. Quase não fiz mudanças na transcrição, mesmo que isso por vezes implicasse manter algo de oralidade:



Mesdames et messieurs, ce que nous redoutions s’est réalisé. Notre pays et nos concitoyens ont été frappés par deux attentats aveugles, violents et lâches, et bien sûr nos toutes premières pensées sont pour les victimes, pour leurs familles et peut-être celles et ceux parmi nos concitoyens qui sont dans l’attente de nouvelles de leurs proches.

Deux attentats se sont produits ce matin, l’un à Zaventem, l’autre à la station de métro Maelbeek, et en ce moment même, au départ du Centre de Crise, avec nos forces de sécurité, nous tentons de stabiliser la situation, en assurant la sécurité sur d’autres sites pour lesquels des préoccupations existent encore. La première urgence pour nous est évidemment le traitement des victimes, pouvoir évacuer les personnes victimes de ces attentats vers les différents hôpitaux, et nous savons qu’il y a en toute hypotèse de nombreux morts, de nombreuses personnes blessées, parfois gravement.

L’OCAM a adapté son évaluation de la menace pour l’amener au niveau 4 (quatre), en conséquence de quoi une série de mesures de sécurité additionnelles sont en ce moment prises, des renforts militaires sont déployés, des renforcements des contrôles aux frontières sont décidés et des mesures particulières de restriction pour les transports en commun sont également mises en oeuvre en ce moment.

Je voudrais vous indiquer de, dans ce moment de tragédie, dans ce moment noir pour notre pays, plus que jamais je veux appeler chacun à faire preuve de calme, mais aussi de solidarité. Nous sommes confrontés à une épreuve difficile, et nous devons faire face à cette épreuve en étant unis, en étant solidaires, en étant rassemblés. Nous allons continuer à suivre la situation minute par minute avec les différents services de sécurité, avec les différents services de secours. Je veux d’ores et déjà remercier les services de secours et de sécurité pour le travail qui est réalisé en ce moment même, et je veux dire encore une fois à quel point nous sommes déterminés à faire face, à tenter de gérer cette situation et de poursuivre les soins de cette situation de la manière la plus adéquate possible.

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Senhoras e senhores, aconteceu o que temíamos. Nosso país e nossos concidadãos foram vítimas de dois atentados cegos, violentos e covardes, e claro, logo pensamos primeiro nas vítimas, em suas famílias e aqueles nossos concidadãos que talvez esperem notícias de seus próximos.

Dois atentados ocorreram esta manhã, um em Zaventem e outro na estação de metrô Maelbeek, e agora mesmo, a partir do Centro de Crise, com nossas forças de segurança, tentamos estabilizar a situação, mantendo a segurança em outros pontos que ainda despertam preocupação. Primeira coisa urgente para nós, claro, é cuidar das vítimas, evacuar as vítimas dos atentados para os diversos hospitais, e sabemos que em todo caso há muitos mortos, muitos feridos, vários gravemente.

O OCAM adaptou sua avaliação de ameaça para elevá-la ao nível 4, e por isso novas medidas de segurança estão sendo tomadas, reforços militares deslocados, controle de fronteiras reforçado e medidas especiais de restrição ao transporte público também tomadas agora.

Neste momento de tragédia, obscuro para nosso país, mais do que nunca chamo cada um a mostrar calma, bem como solidariedade. Estamos vivendo uma situação difícil e devemos encará-la unidos, solidários e congregados. Vamos continuar seguindo os fatos minuto a minuto com os diversos serviços de segurança e de socorro. Agradeço desde já policiais e socorristas pelo trabalho realizado neste momento, e quero dizer de novo o quanto estamos totalmente decididos a enfrentar e tentar controlar essa situação continuando a saná-la da melhor forma possível.



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