Esses dias, por curiosidade, eu estava buscando meu nome civil no Google pra ver se achava alguma coisa desconhecida relativa a mim, sobretudo menções indevidas e citações processuais. Felizmente, achei apenas duas únicas mais fora do comum, mas que me trazem boas lembranças. A primeira foi uma publicação de 2009 num blog abandonado, com todo o material que eu mantive online até aquele ano no antigo SSI – Sites Sobre Idiomas, primeira ferramenta digital pela qual fiz amigos virtuais, antes mesmo do Orkut! Era essencialmente um grande catálogo, único em português na época, reunindo links pra todos os sites ensinando idiomas que eu conhecia então. Hoje, com YouTube, Duolingo e livros digitais pra baixar gratuitamente, até parece uma piada, rs. Mas até hoje mantenho um backup desse site e, quando tiver oportunidade, também vou republicar aqui a lista atualizada!
A segunda ocorrência se referia a esta edição de fins de 2008 da revista cultural e quadrimestral da Associação Paulista de Esperanto, La Lampiro (O Pirilampo), cujo PDF achei muito por acaso e que baixei pra guardar comigo. Ela contém um texto assinado por mim, usando a forma “Erick Fiszuk” no sobrenome, intitulado “Uma nova política lingüística: problemas e solução” (sim, com trema no u mesmo, como era de praxe até 2009...) e que cita como fonte um site sobre esperanto que também mantive por alguns anos, até o início da graduação em História. Realmente não me lembro se alguém conversou comigo pedindo autorização pra copiar o artigo, mas se conversou, devo ter consentido, e se não foi autorizado, atualmente nem me importo mais, rs:
Ao consultar a página na ferramenta que arquiva publicações antigas da internet, quão grande não foi minha surpresa ao descobrir que todo o site ainda estava arquivado (inclusive com a versão em esperanto que eu mesmo redigi) pra consulta, inclusive o referido texto, além da data de fundação da página (15 de janeiro de 2005, de que eu sequer também lembrava) e da última atualização (11 de dezembro de 2007)! Esta última data provavelmente está correta, pois além de ser período de férias, em 2008 eu já estava bem menos envolvido com o idioma do que no passado – a graduação passou a tomar bem mais tempo, e em agosto eu começaria minha pesquisa de iniciação científica – e a última captura automática mais fiel data de 16 de dezembro de 2008. O único grande problema é que a maioria dos artigos, quase todos com os originais em português e as versões (raramente originais) em esperanto, não tem data, portanto, dadas a época de publicação em La Lampiro e a data da última atualização de meu site, 2007 é uma aproximação bem grosseira.
Quem me acompanha há anos, sabe que boa parte desse material, sobretudo as versões de canções famosas, a maioria delas a partir do português, foi sendo relançada aqui na página ao longo dos anos. Porém, fiquei muito feliz por ter redescoberto o backup desse antigo site, porque, por alguma razão misteriosa, nem tudo ficou guardado, e algumas canções traduzidas que num primeiro momento eu não quis publicar, mas que depois fiquei com vontade, eu tinha apagado... Então, não se admire se, embora eu não seja mais o apóstolo do esperanto de antigamente, começarem a aparecer muitos textos antigos meus em ou sobre esperanto, rs! Outra curiosidade: até uma certa época, o referido endereço-raiz do finado UOL Sites era usado justamente pro velho SSI, que anos depois eu transferi pro Geocities, também extinto subitamente. Se você vir, por exemplo, a primeira captura do site datada do distante 6 de maio de 2003 (eu só tinha 15 anos!), vai achar uma das versões mais arcaicas do SSI: fundo verde, títulos amarelos ou laranja e texto dourado... Eu tirei o SSI do ar e parei com o trabalho (embora a maldita web tenha arquivado cópias) em meados de 2009, enquanto cancelei a assinatura dos serviços do UOL em fins de 2011.
Seguem, pois, sem nenhuma alteração, o artigo em português, que achei na revista paulista, e em esperanto, que achei nesse backup público. Apenas atualizei a ortografia em português, e quanto ao conteúdo, realmente há “idéias” que não professo mais, há outras que estão desatualizadas e outras cuja veracidade simplesmente carece de verificação. Mesmo assim, e mesmo sendo hoje muito mais entusiasta do aprendizado de múltiplos idiomas do que no passado, não penso que o argumento possa ser totalmente invalidado: não é totalmente inviável que, de uma hora pra outra, a União Europeia adotasse o esperanto (ou a interlíngua da IALA, por que não?) como única língua de trabalho, com muito mais benefícios do que prejuízos.
O mundo está sendo surpreendido pela nova política linguística da União Europeia, segundo a qual seus habitantes serão estimulados a aprender mais de dois idiomas além de suas línguas maternas para se comunicar com o máximo possível de seus “conterrâneos”. Seu pretexto é que o falante poderá conhecer mais culturas minoritárias, que serão preservadas, e que isso seria uma alternativa à adoção de apenas um idioma natural ou, pasmem, de um idioma artificial criado especialmente para esse fim. Desta forma, nenhum europeu ficaria excluído linguisticamente da política do continente, podendo ser ouvido em seu próprio idioma.
O que quero frisar aqui não é o enorme custo que essa política teria se aplicada, sobre o que já se falou muito, possuindo até uma defesa por parte da União Europeia, segundo a qual ela custará apenas cerca de 2 euros anuais por habitante: forma elegante de mascarar um enorme desperdício de dinheiro. Meu objetivo vai mais além e mentaliza a seguinte situação: e se a União Europeia tornar-se a próxima superpotência, após um suposto colapso dos Estados Unidos, o que pode não ser impossível neste século? Qual será a nova política linguística a ser imposta ao mundo?
Durante o domínio de um só país, é fácil dizer que todas as pessoas são obrigadas a aprender o idioma desse país; obrigadas, e não estimuladas, pois a vida praticamente se torna impossível sem um conhecimento mínimo desse idioma, que impregna a mídia, a cultura, o mercado de trabalho etc. de todos os países desenvolvidos ou em desenvolvimento. O inglês teve duas chances de ser a língua internacional: nas supremacias britânica e americana. Quem estuda bem os problemas linguísticos ou convive com idiomas durante boa parte do tempo sabe do prejuízo cultural de tal situação ao mundo e conhece as injustiças contra quem não domina o falar desses países. Porém, a Europa não é uma terra de uma, mas de várias línguas (ao menos teoricamente). E a situação com certeza se complicará quando o bloco se projetar mundialmente: qual idioma escolher para falar com os “gigantes”?
A própria União Europeia não está equilibrada no referido quesito, pois ela ainda não possui instrumentos que a façam entender todos os idiomas de seu território, quanto mais do mundo inteiro. Se a política poliglota for aplicada a todos os terráqueos, o caos estará formado. Três fatores nos mostram que é muito mais difícil a uma pessoa de um país não europeu se aplicar a essa política e esta é mais complexa ainda do que a atual imposição linguística. Primeiro, o próprio fato de uma pessoa aprender vários idiomas toma muito mais tempo e energia do que o aprendizado de apenas um ou dois. Segundo, muitos idiomas são complicadíssimos a outras pessoas do mundo, como o grego, que usa outro alfabeto (sim, vários deles pelo mundo, como o árabe e o hindi, também não usam o nosso, mas seus falantes já estão mais familiarizados a ele e teriam mais trabalho para memorizar um novo), ou as línguas eslavas, de gramáticas muito difíceis e características muito peculiares, aos quais o não europeu levaria muito tempo para se adaptar. Terceiro, muitos desses idiomas são pouco difundidos pelo mundo, possuindo poucas escolas fora da Europa, de modo que seria muito caro aprendê-los, ainda mais em conjunto. É claro que a internet facilita as coisas, mas viagens, livros de leitura etc., que ajudariam no seu domínio pleno, pedem dinheiro, de modo que o ensino à distância só ajudaria em parte. E quarto, analisando os fatores citados, seria muito difícil que tal política fosse implementada em um planeta onde a maioria dos países são pobres e boa parte de sua população ou é analfabeta, ou não domina a forma culta de sua própria língua, provavelmente pela ineficácia dos sistemas de ensino de seus países.
Comunicar-se com a União Europeia ficaria mais fácil para habitantes de países que já falam um de seus idiomas, como um angolano, um sul-africano, um panamenho ou um haitiano. Porém, seria muito complexo a alguém que não fala nenhum deles, pois além de ter a necessidade de saber idiomas que não correspondem à sua realidade (muitos coreanos preferem o chinês ou o japonês ao inglês), deverá escolher apenas um deles para expressar suas ideias, o que implica em favorecer apenas uma cultura ou país em detrimento dos demais. Obviamente se a pessoa falar vários idiomas ela poderá se comunicar com muito mais europeus, mas a escolha seria crucial na hora de enviar um documento aos escritórios centrais da União Europeia ou até mesmo no momento de um possível discurso no Parlamento Europeu. Se o indivíduo fala um desses idiomas como segunda língua, ele optará por usá-lo por maior praticidade, e provavelmente ele é o inglês, o francês ou o espanhol. E assim, essas três categorias de pessoas ajudarão a formar uma oligarquia de apenas alguns idiomas dominantes no mundo, o que não cumprirá a profecia da União Europeia de democratizar o uso de idiomas menos falados, como o polonês, húngaro, o sueco e o finlandês, nem de evitar a morte ou o esquecimento de idiomas minoritários, como o catalão, o gaélico e o feroês, pois as pessoas de fora da Europa não se importarão em aprendê-los e, por isso, eles também não terão utilidade aos europeus.
Adotar um idioma planejado especialmente para o fim de ser uma língua-ponte dentro da União Europeia ou mesmo em todo o mundo tem várias vantagens, e o esperanto é o melhor candidato. O tempo, o custo e as energias gastos para seu aprendizado são baixos, o que pode ser comprovado até para um asiático, pois muitos chineses, coreanos e japoneses estão optando por aprender também o esperanto: o tempo é curto porque sua gramática é simples e rapidamente memoriável, o custo diminui justamente por causa do tempo e dos baixos preços a que são vendidos esses materiais, e as energias são menores porque se gasta menos dinheiro e força mental. A suposta “inadequação de palavras artificiais para fins práticos, em especial jurídicos”, pregada pela União Europeia, é uma mentira, pois o esperanto é um idioma usado em livros (inúmeras riquezas da literatura mundial já foram traduzidas), poemas, rádios, periódicos, congressos, conversas diárias e até mesmo entre casais que resolvem ensinar o esperanto a seus filhos como seu primeiro idioma; um idioma despreparado não poderia cumprir tantas funções. E mais: um idioma neutro não pertence a ninguém nem a cultura alguma, e por isso não favorece ninguém em especial, nem cultural, nem monetariamente; o próprio Zamenhof, criador do esperanto, absteve-se de todos os direitos autorais e lideranças sobre sua criação.
Provavelmente já aprendemos muitas lições com o domínio unilíngue e estaremos mais preparados para uma provável supremacia chinesa ou japonesa na política e na economia, o que poderá fazer a maioria aderir a um idioma planejado, principalmente devido à dificuldade que seus idiomas apresentam aos ocidentais e a outros povos da Ásia. Mas talvez a nova política linguística seja realmente implementada antes que conheçamos a verdade, pois parece que contra cada problema novo que surge, seja no âmbito ecológico, cultural ou social, nunca nos prevenimos antes que ele se torne realidade.
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La mondo estas surprizata de la nova lingva politiko de Eŭropa Unio, laŭ kio ĝiaj geloĝantoj estos instigataj lerni pli ol du lingvojn krom iliajn gepatrajn lingvojn por komunikiĝi kun kiel eble plej da iliaj “samteranoj”. Ĝia preteksto estas tio, ke la parolanto povos koni pli malplimultaj kulturoj, kiuj estos konservitaj, kaj ke tio estus alternativo al la adopto de nur unu natura lingvo aŭ, surpriziĝu, de unu nenatura lingvo kreita speciale por tiu celo. Tiel, neniu geeŭropano restus lingve ekskludita el la politiko de la kontinento, povonta esti aŭdata en sia propra lingvo.
Tion, kion mi volas ĉi tie reliefigi, ne estas la grandega kosto, kiun tiu politiko pagus, se ĝi estus aplikata, pri kiu oni jam multe parolis, havanta eĉ defendargumenton ĉe Eŭropa Unio, laŭ kiu ĝi kostos nur ĉirkaŭ 2 eŭrojn jare po loĝanto: eleganta maniero maski grandegan monan malŝparon. Mia celo iras transe kaj imagas la jenan situacion: kaj se la Eŭropa Unio iĝos la venonta superpotenco, post supoza kolapso de Usono, kio povas ne esti neebla ĉi-jarcente? Kiu estos la nova lingva politiko altrudota al la mondo?
Dum la unulanda superrego, estas facile diri, ke ĉiuj personoj estas devigataj lerni la lingvon de tiu lando; devigataj, kaj ne instigataj, ĉar la vivo praktike iĝas neebla sen malpleja kono pri tiu lingvo, kiu impregnas la komunikilaron, la kulturon, la labormerkaton ktp. de ĉiuj disvolvigitaj aŭ disvolvigataj landoj. La angla lingvo havis du ŝancojn esti la internacia lingvo: dum la ĉefecoj brita kaj usona. Kiu bone studas la lingvajn problemojn aŭ kunvivas kun lingvoj dum granda parto el la tempo scias la kulturan malgajnon de tia situacio al la mondo kaj konas la maljustecojn al kiu ne regas la parolaĵojn de tiuj landoj. Tamen, Eŭropo ne estas tero de unu, sed pluraj lingvoj (almenaŭ teorie). Kaj la situacio certe malsimpliĝos kiam la bloko projekciiĝi tutmonde: kiun lingvon oni devas elekti por paroli al la “gigantoj”?
La Eŭropa Unio mem ne estas ekvilibrata rilate al ĉi tiu temo, ĉar ĝi ankoraŭ ne havas ilojn, kiuj igas ĝin kompreni ĉiujn lingvojn de sia teritorio, do malpli tiujn de la tuta mondo. Se la multlingva politiko estos aplikata al ĉiuj terplanedanoj, la kaoso estos estigita. Tri faktoroj montras al ni, ke estas multe pli malfacile al persono el neeŭropa lando aliĝi al ĉi tiu politiko, kaj ĉi tiu estas multe pli malsimpla ol la nuna lingva altrudado. Unue, la propra fakto, ke kiam persono lernas plurajn lingvojn tio okupas mute pli da tempo kaj energio ol la lernado de nur unu aŭ du. Due, multaj lingvoj estas malsimplegaj al aliaj personoj de la mondo, ekz. la greka, kiu uzas alian alfabeton (jes, pluraj el ili tra la mondo, ekz. la araba kaj la hinda, ankaŭ ne uzas la nian, sed iliaj geparolantoj jam estas pli alkutimigitaj al ĝi kaj devus klopodi pli por enmensigi unu novan), aŭ la slavaj lingvoj, kiuj havas gramatikojn malfacilegajn kaj karakterizerojn tre proprajn, al kiuj la neeŭropano elspezus multe da tempo por adaptiĝi. Trie, multaj el tiuj lingvoj estas malmulte disvastigitaj tra la mondo, pri kiuj ekzistas malmultaj lernejoj ekster Eŭropo, tiamaniere ke estus tre multekosta lerni ilin, do multe pli lerni plurajn el ili. Kompreneble la Interreto faciligas la aferojn, sed vojaĝoj, legolibroj ktp, kiuj helpus plene sciregi ilin, petas monon, tiamaniere ke la distancmaniera lernado nur helpus parte. Kaj kvare, analizitaj la suprajn faktorojn estus tre malfacile, ke tia politiko estus praktikigata en planedo, kie la plimulto el la landoj estas malriĉaj kaj granda parto el ilia loĝantaro aŭ havas analfabetojn (nelegpovulojn), aŭ ne regas la kleran varianton de sia propra lingvo, eble pro la malefiko de la lernosistemojn de iliaj landoj.
Komunikiĝi kun la Eŭropa Unio estus pli facile por loĝantoj de landoj, kiuj jam parolas unu el ĝiaj lingvoj, ekz. angolano, sud-afrikano, panamiano aŭ haitiano. Tamen, estus tre malfacile al iu, kiu ne parolas neniun el ili, ĉar krom ol havi la bezonon scipovi lingvojn, kiuj ne respondas al sia ĉiutaga realeco (multaj gekoreoj pliŝatas la ĉinan ol la anglan), ŝ/li devos elekti nur kelkajn el ili por esprimi siajn ideojn, kio implicas favori nur unu kulturon aŭ landon malfavore al la aliaj. Evidente, se la persono parolas plurajn lingvojn ŝ/li povas komunikiĝi kun multe pli da geeŭropanoj, sed la elekto estus kruca je la momento sendi dokumenton al la centralaj oficejoj de Eŭropa Unio aŭ eĉ je la momento de ebla alparolo en la Eŭropa Parlamento. Se la ulo parolas unu el tiuj lingvoj kiel duan lingvon, ŝ/li decidos uzi ĝin pro pli granda praktikeco, kaj eble ĝi estas la angla, la franca aŭ la hispana. Kaj tiel, tiuj tri kategorioj da personoj helpos estigi oligarkion (regado de malmultaj) de nur kelkaj regantaj lingvoj en la mondo, kio ne plenumos la profetaĵojn de la Eŭropa Unio demokratiigi la uzon de lingvoj malpli parolataj, ekz. la pola, la hungara, la sveda kaj la finna, nek eviti la morton aŭ la foregeson de malplimultaj lingvoj, ekz. la kataluna, la gaela kaj la feroa, ĉar la ekstereŭropanoj ne gravigos lerni ilin kaj, tial, ili ankaŭ ne utilos por la geeŭropanoj.
Adoti planlingvon speciale por esti pontlingvo ene de Eŭropa Unio aŭ eĉ en la tuta mondo estas avantaĝoplena, kaj Esperanto estas la plej bona kandidato. La elspezotaj tempo, kosto kaj energioj por ĝia lernado estas malgrandaj, kio povas esti observe pruvata eĉ rilate al aziano, ĉar multaj ĉinoj, koreoj kaj japanoj nun decidas lerni ankaŭ Esperanton: la tempo estas malgranda ĉar ĝia gramatiko estas simpla kaj rapide enmensigebla, la kosto malgrandiĝas ĝuste pro la tempo kaj la malgrandaj prezoj por kiuj tiuj materialoj estas vendataj, kaj la energioj estas malpli grandaj ĉar oni elpezas malpli da mono kaj mensa forto. La supozata “neadekvateco de nenaturaj vortoj por praktikaj celoj, ĉefe juraj”, predikata de la Eŭropa Unio, estas malvero, ĉar Esperanto estas lingvo uzata en libroj (nenombreblaj riĉaĵoj de la monda literaturo jam estis tradukitaj), poemoj, radistacioj, gazetoj, kongresoj, ĉiutagaj babiloj kaj eĉ inter geedzoj, kiuj decidis instrui Esperanton al siaj gefiloj kiel ilian unuan lingvon; senprepara lingvo ne povus plenumi tiom da funkcioj. Kaj pli: neŭtrala lingvo apartenas al neniu persono aŭ kulturo, kaj tial speciale favoras neniun, ĉu kulture, ĉu mone; Zamenhof mem, kreinto de Esperanto, detenis sin de ĉiuj rajtoj aŭtoraj kaj ĉefpozicioj sur sia kreaĵo.
Eble ni jam lernis multajn lecionojn pro la unulingva superrego kaj ni estos pli preparitaj por ebla ĉinia aŭ japania ĉefeco sur la politiko kaj la ekonomio. kio povus igi la plimulton aliĝi al planlingvo, precipe pro la malfacileco, kiujn iliaj lingvoj prezentas al la geokcidentanoj kaj aliaj popoloj de Azio. Sed verŝajne la nova lingva politiko vere estos praktikigita antaŭ ol ni ekkonos la veron, ĉar ŝajnas, ke kontraŭ ĉiu nova problemo, kiu aperas, ĉu en la natureca, kultura aŭ socia spaco, ni neniam antaŭzorgas antaŭ ol ĝi realiĝas.
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