Após o ataque putinista à cidade ucraniana de Súmy e aparentemente sem qualquer valor estratégico, o qual matou dezenas de civis no meio da rua, Zelensky chamou a rúSSia de “escória imunda”. (Se ele se referia ao povo, ao país ou ao governo, é outra questão, mas uma miudeza inútil, dada a clareza sobre quem é o agressor.) Porém, um doente que realmente mereceria ser identificado e processado fez o comentário acima no G1, o qual denunciei devidamente e não sei se ainda se encontra lá.
Faço muitos paralelos entre os governos de Putler e Bibi do Hamas, mas aqui há diferenças claras. Primeiro, o comentário tem óbvio caráter antissemita, porque desde sempre, quem pede a “destruição de Israel” não está apenas criticando o governo da hora. Segundo, embora a ação do Tsahal esteja beirando a definição de jenossídeo, foram os bonecos iranianos que massacraram mais de 1,2 mil civis inocentes, muitos dos quais não israelenses, o que não é o caso ucraniano, por mais que queiram ligar com uma “ação da OTAN” abstrata e inexplicável. Além disso, já há contestações até dentro do exército sobre como a operação está sendo conduzida, e diariamente ocorrem protestos contra o premiê nas maiores cidades; tente simplesmente imaginar isso em Moscou. E terceiro, os judeus são perseguidos praticamente desde a Antiguidade, com grandes ondas desde a Idade Média, culminando no Holocausto e, mais recentemente, nas ditaduras árabes que liberam abertamente a retórica antissemita entre a população. Isso não justifica, repito, as ações deste governo, sobretudo de sua ala mais extremista comandada por Itamar Ben Gvir, mas os “amticyoneshtas” de butique parecem abstrair os dois últimos milênios...
Abaixo, mais uma continuidade desse raciocínio tosco. Considerando o apelido que a criatura usa, não tem como não fazer a ligação: a linha oficial do petê, carimbada pela extremista Gleisi Hoffmann e espalhada redes afora com a anuência de um inquilino do Planalto com abissal falta de erudição e de vontade de aprender, é a incoerência sobre os palestinos (que são as vítimas) e a Ucrânia (que é a “provocadora”) e sobre democracia (que pode aqui) e ditadura (que pode acolá). É a linha que invisibiliza os democratas judeus e descendentes de ucranianos dentro de um partido, de resto, com uma história longa, combativa e plural. É dessa diplomacia executada por Mauro Vieira e seu ventríloquo Celso Amorim que tenho ódio, repúdio e nojo: não agem por “pragmatismo econômico”, mas por cumplicidade ideológica e ignorância histórico-cultural mesmo.

Felizmente (ou não...), a escrotice não é privilégio dos defensores de autocracias anti-EUA:

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