Vigésima edição do (já batido) “Mix de política ao redor do mundo”, iupiii! Queria que esta publicação se focasse num assunto só, mas não resisti a colocar juntas várias coisas que achei ao longo desta semana. Primeira, este perfil de história que vemos na imagem trazia uma pintura com longa explicação sobre a famosa batalha de Kosovo Polje, lá pelos idos de 1300 e lá vai fumaça, que os sérvios perderam, mas que inculcou neles essa obsessão por não se separarem da região de maioria albanesa.
Um dos comentários, que não me incomodei em entender ou traduzir, foi feito por um turco obviamente embriagado pela fúria patrioteira (pra gritar com caps lock ligado, né) instilada já há anos pelo neossultão Tobogã. Outro perfil, em apenas duas palavras, mostrou como calar qualquer otomano em absolutamente qualquer situação constrangedora... Mas vamos ao que interessa.
Ronald Reagan, uma das figuras políticas do Partido Republicano que ajudou a desintegrar o “bloco soviético” junto com Margaret Thatcher e o bispo Wojtyła, deve estar se revirando no túmulo. Seu “GOP” (Good and Old Party) se tornou a seita de fanáticos “MAGA” (Make America Great Again), lema que curiosamente também fez parte da campanha presidencial do ex-ator. Salvo haver aí uma estratégia muito matreira ou astuciosa, a maioria unânime dos analistas concorda que Trampe está entregando a Ucrânia de bandeja pro Putler, também conhecido como Cabeça de Rola.
Em todo caso, não é segredo que a “extrema-direita global” (eufemismo merdiático pra Internacional Nazifascista) veja o genocida com bons olhos, já que ele passa uma (falsa) imagem ao Ocidente de líder forte, guardião do cristianismo e defensor contra a “degeneração dos costumes”. A Europa e a América do Norte seriam “fracos”, enquanto o Trombadinha de Leningrado teria trazido o “machismo alfa” pra governança. Quem não se lembra dos idiotas úteis do Facebook atacando a Ucrânia por permitir “paradas do orgulho”, enquanto o Khuilostão as proibia?
Como Zelensky simplesmente se recusou a entregar de bandeja os minerais ucranianos à Galinha Ruiva em troca de defesa, a Casa Branca desatou no chilique e chamou o ex-ator (outro...) de “ditador com apenas 4% de aprovação”. Logo depois, os EUA bloquearam de um comunicado comum dos países do G7 sobre os três anos da invasão da Ucrânia a menção à Rússia como “país agressor”, implicitamente também não reconhecendo que o “regime de Moscou” (só pra eu dar o troco...) não passa de uma ditadura genocida, racista, reacionária e cleptocrática. Mais claro que isso, impossível.
Essa foi a oportunidade perfeita pra eu reelaborar um dos momentos mais constrangedores do YouTube bananeiro, o que me abstive de fazer na época, mas agora é mais do que nunca necessário. Logo depois do Sete de Outubro, um famoso “mesacast” promoveu um debate, hoje já célebre, entre o acadêmico André Lajst, da Stand With Us Brasil, e o também acadêmico Thiago Ávila, do ex-querdismo festivo. Claro que no caso de Lajst, em se tratando de alguém com relações umbilicais com o Estado de Israel, não o posso considerar completamente insuspeito, embora não no “mau” sentido, pois seu rigor é incontestável. Mas o tipo tudólogo milenarista de nosso psolista é tão banal e tão fácil de encontrar que deve ser estudado à parte.
Lajst pegou Ávila numa armadilha não lá muito pertinente, mas que derrubou a máscara das seitas mal esclarecidas que se chamam de “esquerda” neste vasto fazendão. Basicamente, todas as ditaduras (em todos os sentidos que até uma ameba possa imaginar!) que se declaram anti-EUA foram chamadas por Ávila de “países com problemas”, e a sabonetagem foi monstra pra dizer se são ou não países autoritários (termo que prefiro, ao invés de “ditadura” simplesmente). Ele não deu nenhum critério pra chamar um país de “democracia” ou “ditadura”, mas deixou escapar que sua escolha era puramente partidária.
É interessante que nesses mesmos países que Ávila “não considera ditaduras”, o mero exercício da “militância de esquerda” como entendemos aqui seria difícil ou praticamente impossível: ou você chupa o saco dos regimes, ou cai fora. Sem contar que, exceto pela Seita da Família Pimenta, praticamente todos os comunatubers que reivindicam o leninismo (não sei se é o caso de Ávila), desde Jones Manoel até Gustavo Gaiofato, sempre “saíram pela tangente” xingando o Cabeça de Rola, mas não condenando a invasão nem dizendo uma palavra sobre Bucha e Irpin. A culpa era sempre da OTAN, igual os MAGA vociferam hoje...
O conteúdo em si deixo pra que você mesmo veja. Mas essa asneira analítica se torna hoje tão mais pertinente quanto o próprio Trampe, besta-fera de todas as esquerdas do mundo, qualificou Zelensky de “ditador” (as stalinetes também fazem isso desde 2022, mas Ávila não o fez aí) e se recusou a condenar Putler explicitamente. Quanto será que já pirou o cabeção da militância? Rs. Pelo menos desta vez ele acerta quando diz que é o “imperialezmu mauvadaum” que define quem é ou não ditador. E concordo que o genocida também é de “extrema-direita” e expansionista (pra ser exato, tão imperialista quanto o Zesteite que ele ataca). Fiz também outros cortes com temas mais específicos:
Trecho 1, o “núcleo” mesmo da contenda sobre quais países são “democracias” e “ditaduras”, tendo eu que cortar ou acelerar algumas partes por não agregarem nada e se tratarem de puro lenga-lenga ex-querdista:
Trecho 2, Lajst passa um “pito” em Ávila porque este usa os termos “sionismo” e “sionista” de forma pejorativa, como se fosse um movimento racista:
Trecho 3, Ávila saboneta cruelmente sobre se apoia ou não a “solução de dois Estados”, responde com a famosa vagueza do “Estado plurinacional” (do rio ao mar também? Rs) e foge até a África do Sul pra falar de apartheid, o que mereceu uma confortante interrupção com fade out:
Em todo caso, na impossibilidade de chegarmos a um consenso entre Lajst e Ávila em 2023, uma coisa pelo menos é certa em 2025:
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No último dia 15 de fevereiro de 2025, uma simples partida de hóquei no gelo entre os EUA e o Canadá se transformou num crácico do Brasileirão de ludopédio: hino ianque vaiado pela torcida canadense e pancadaria estilo MMA entre jogadores das duas equipes. As provocações da Galinha Ruiva realmente envenenaram todas as relações interpessoais, mas definitivamente só lamento não ter tido tempo de fazer uma edição com a voz do Galvão Bueno ou do Cléber “Hoje Não, Hoje Sim” Machado, rs:
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