Pra começarmos nosso novo mix, gostaria de compartilhar este print que fiz de uma reportagem sobre as recentes eleições municipais e regionais russas, no canal da Radio Svoboda no YouTube. Em minha interpretação, com a invasão à Ucrânia e outros problemas que a Rússia enfrenta, derivados de instituições encarquilhadas que nunca se reformaram desde a era comunista, resultou um país esquizofrênico, em crise de identidade, devido à transição jamais completada entre “Nossa pátria é a URSS, nosso partido é o KPRF – Partido Comunista da Federação Russa” (outdoor à esquerda) e “Um país unido! Uma Rússia Unida!” (cartaz à direita).
Este vídeo tem muito mais besteiras proferidas pelo finado campineiro vigarista que se dizia “filósofo autodidata”, mas um trecho, apontado por um amigo, me chamou a atenção: sem conseguir entender nada da filosofia alemã, ele coloca a desculpa no idioma de origem, dizendo que “a língua alemã é pra você conversar com duendes e fazer macumba na floresta”. Selecionei outros trechos que ajudam a explicar o contexto, e agora você tem aí mais uma pérola daquele que escorava sua grandeza imaginária na atitude de chamar todo mundo que ele não entendesse, ou que discordasse dele, de “burro”!
Dois memes hilários de TikTok mandados por um conhecido: 1) Como seria o programa de debates entre repórteres e especialistas na GloboNews, especialmente sobre questões internacionais (neste caso, a invasão da Rússia à Ucrânia), se contasse com a participação da cômica personagem carioca Inês Brasil; 2) Repórter da CNN Portugal pronunciou corretamente o nome “Korolióv” como ele soa em russo, porém na nossa língua ele se torna uma “coisa” bastante estranha, rs.
Pessanqueira e bailarina do Grupo Kalena de danças ucranianas, sediado no interior do Paraná, deu há alguns meses uma entrevista a um canal de podcasts local sobre o sentimento da comunidade ucraniana quanto ao genocídio atualmente cometido pelo Kremlin. Sua opinião sobre Putin foi tão espontânea que as frases podem ser usadas como meme pra qualquer outra situação, contra qualquer desafeto pessoal (sobretudo um certo presidente durante a pandemia), rs: “Que Deus me perdoe, mas todo dia eu torço pra ouvir a notícia que ele morreu. [...] Falo brincando, mas não tão brincando, que na hora que ele for, ele vai descer de tobogã fazendo assim, lá pro inferno!”
“Brincando, mas não tão brincando” foi a melhor parte!
Em vídeo intitulado (não sei bem por quê) “Perigozim e o milho”, que tratava de vários assuntos misturados, o polivalente Nando Moura resolveu “traduzir” a fala de uma mulher que, espantada, assiste e grava com seu celular o momento em que cai o jatinho com Ievgeni Prigozhin, o nazista Dmitri Utkin e outros líderes do Grupo Wagner de paramilitares, levando à morte de todos a bordo. Realmente não tem como eu transcrever a fala da mulher, porque são apenas palavras de espanto e algumas faladas bem baixo, mas Nando nos leva às risadas quando afirma seriamente que “sei um pouco de russo” e simplesmente começa a inventar sua “tradução”, botando até um “O cachorro c... no jardim também!” ou um “Minha artrite tá doendo” no meio!
Claro que muitos trechos pequenos dos vídeos do youtuber têm a capacidade de ser isolados como memes, e com este não foi diferente. Mas sinceramente acho que Nando devia desistir de vez de tentar voltar a dar certo em tudo o que ele já se frustrou e, numa nova carreira, assumir seu talento de humorista ou animador de plateia, rs.
Nesta edição do programa da jornalista Ekaterina Kotrikadze sobre política internacional na TV Rain, canal russo exilado, ela fez uma entrevista com o célebre Alan M. Dershowitz, um dos muitos ex-advogados de Donald Trump, que na ocasião declarou que não votava nem votaria nele, mas apenas em candidatos democratas, dizendo que o ato da defesa nada deve ter a ver com convicções pessoais. Não sei se ele acabou ficando com medo de alguma coisa ou se deu uma vontade súbita de trocar as fraldas ir ao banheiro, mas o fato foi que de repente ele fechou sua câmera e disse que devia terminar a entrevista. Mesmo com uma pessoa inquisitiva como Kotrikadze é raro que isso aconteça, mas achei engraçado o modo como se deu; segue a tradução sem transcrição:
– O sr. concorda com aqueles que dizem que o sr. é uma pessoa próxima de Donald Trump? Considera-se alguém próximo dele?
– Não, sequer travamos conhecimento, me encontrei com ele literalmente um punhado de vezes. Votei contra ele duas vezes, planejo uma terceira vez votar contra, não penso que ele vai ser um bom presidente. Eu o defendi porque acredito na Constituição: nos anos 50, por exemplo, defendi comunistas, e nos anos 70 defendi nazistas [nota: ele é judeu e com posições públicas pró-Israel...], defendi O. J. Simpson e Jeffrey Epstein. Não concordo com as pessoas que defendo, sou como um médico que cuida de um doente: o médico tenta ajudar o doente. Se uma pessoa é julgada ou querem tirá-la do poder, posso representá-la, mas não vou votar em Trump. Não acho que ele vai ser um bom presidente, vou votar contra ele, como fiz nas duas vezes anteriores.
– O sr. não vai votar em Trump?
– Não. Sempre voto nos democratas. Desde 1960 sempre votei e vou votar nos democratas. Tenho que correr, desculpe, muito obrigado pela entrevista!
Inventei de digitar no Google Images meu nome público, ou como dizem alguns, meu nom de plume, e saíram também algumas palavras relacionadas. Claro que todas elas têm a ver com tópicos com que já trabalhei, como as línguas russa e ucraniana e o movimento comunista, mas essa colocação específica que consegui printar ficou muito engraçada, como se estivesse falando de mim: “Erick Fishuk, ucraniano, russo e comunista”. Talvez os algoritmos juntem tudo o que as pessoas acessam de minha autoria sobre esses assuntos, mas não duvido que alguém “pergunte” ao Google se sou russo, ucraniano ou comunista... Aliás, as coisas parecem todas incompatíveis: se sou ucraniano, não posso ser nem russo nem comunista, rs!
E pra terminar, o seguinte fio que me enviaram e que não necessita de explicações:
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