O Globo Repórter da sexta-feira de 9 de agosto de 2019, apresentado pela saudosa Glória Maria (que foi até o país) e pelo hoje aposentado Sérgio Chapelin, fez uma visita e contou parte da história da Albânia, nação encravada entre Sérvia, Montenegro, Macedônia do Norte e Grécia, tendo o lindo mar Adriático como litoral. Sua topografia é incomumente montanhosa, e a língua não tem nenhum parentesco próximo com outras da Europa, mas possui muitas belezas e riquezas culturais ainda pouco exploradas pelos estrangeiros. Infelizmente, o vídeo do YouTube que me serviu de fonte não está mais disponível, pois a conta associada a ele foi encerrada.
Nesta parte, é apresentada a polifonia como um patrimônio musical da Albânia, que também é considerado de importância mundial. A polifonia é uma técnica de canto muito antiga, em que várias vozes produzem uma textura sonora específica, preservando um caráter melódico e rítmico. Era uma prática muito comum no canto coral das igrejas católicas da Idade Média, mas também se desenvolveu na cultura popular de vários países, como a Albânia. De início, parece que nos perdemos um pouco na letra e no compasso, mas tudo acaba ficando muito harmônico e bonito. Essas mesmas roupas e estilo de voz podem ser encontrados em vários vídeos de apresentações folclóricas em homenagem a Enver Hoxha, muito fáceis de achar no YouTube. Inclusive, apesar do exagerado culto à sua pessoa, Hoxha também é conhecido por dar um caráter nacional e autônomo à cultura popular, cujos contornos permanecem até hoje, após séculos sem haver um Estado nacional próprio.
Este trecho fala especialmente da Ordem Bektashi existente entre os muçulmanos da Albânia. Dizendo-se uma interpretação mais “mística” do Alcorão, livro sagrado do islã, a linha liderada pelo Baba Edmond recusa toda e qualquer manifestação de ódio, violência ou preconceito por motivos religiosos, sobretudo em nome de Alá. Eles afirmam que cada pessoa tem uma experiência individual pra chegar ao divino, que deve ser respeitada, e se inserem no contexto de pluralismo religioso entre cristãos, judeus e irreligiosos reinante na Albânia após o fim do regime comunista e, junto com ele, da vigência do “ateísmo de Estado” proclamado em 1967.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe suas impressões, mas não perca a gentileza nem o senso de utilidade! Tomo a liberdade de apagar comentários mentirosos, xenofóbicos, fora do tema ou cujo objetivo é me ofender pessoalmente.