quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Festa de 40 anos da Alemanha Oriental


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Estou postando hoje vários trechos separados de cenas da celebração de 40 anos da República Democrática Alemã (Deutsche Demokratische Republik), também conhecida como RDA, DDR ou Alemanha Oriental, fundada na antiga zona alemã de ocupação soviética, após a derrota dos nazistas na 2.ª Guerra Mundial, em 7 de outubro de 1949. Essa grande festa ficou marcada não só pela grandiosidade das manifestações, mas também porque logo após um grande protesto que sacudiria o país socialista levaria à derrubada do Muro de Berlim, que dividia os dois lados da antiga capital imperial, e à unificação das duas Alemanhas em 3 de outubro do ano seguinte.

Após a unificação de vários pequenos Estados germânicos, a Alemanha moderna foi fundada em 1871 como um Estado Imperial e se transformou em república em 1918, após a derrota no 1.ª Guerra Mundial e a perda de vários territórios, sobretudo em prol da Polônia. Em 1933, ao tomar o poder, Adolf Hitler decretou o Terceiro Reich, ou seja, nem monarquia, nem república, e em sucessivas guerras tentou ampliar o território alemão. Com a derrota na Segunda Guerra, em 1945, a Alemanha perdeu ainda mais territórios pra outros países e se viu dividida em zonas de ocupação pelos principais Aliados vitoriosos: EUA, França, Reino Unido e URSS. Porém, em 23 de maio de 1949, os trê setores “capitalistas” se uniram unilateralmente pra formar a República Federal da Alemanha (Bundesrepublik Deutschlands) – RFA/BRD ou Alemanha Ocidental –, portanto antes da proclamação da RDA. Sua capital de jure era Bonn, enquanto Berlim também foi dividida em duas, sendo capital da RDA a parte oriental (tipo Jerusalém Oriental pros palestinos...).

O muro mesmo só seria construído em 1961 pelo ditador Walter Ulbricht, com a anuência do líder soviético Nikita Khruschov (e não de Stalin), pra tentar conter a sangria de pessoal especializado pro Ocidente. Tecnicamente, portanto, podemos dizer que em 1990, não houve uma “unificação” ou “reunificação” a princípio, pois na verdade a Alemanha Oriental foi anexada pela Ocidental, não resultou algo terceiro ou intermediário no processo. Além disso, era a primeira vez que, com essa delimitação territorial, aparecia uma só Alemanha, já que, antes de ser bipartida, ela tinha perdido um pouco de território a cada Guerra Mundial da qual saía (perdedora).

A partir do vídeo completo da parada militar pelos 40 anos da RDA (eu não apoio a invasão da Ucrânia, como o idiota dono do canal), há várias partes interessantes que podem ser vistas separadas. O primeiro vídeo é a execução instrumental pela banda do NVA (Exército Popular Nacional) de Auferstanden aus Ruinen (Ressurgindo das Ruínas), o Hino Nacional da RDA. Estavam presentes o ditador Erich Honecker (o vovô de chapéu preto e óculos), sucessor de Ulbricht, Mikhail Gorbachov (da URSS) a seu lado e muitos outros líderes comunistas ou anticapitalistas da época, como Jaruzelski, Ceaușescu, Zhivkov e Arafat. O contexto de então é muito bem retratado no filme Adeus, Lenin! (2005), embora com picadas cômicas e mercadológicas. Neste vídeo eu apenas cortei o quadro, aumentei o volume e repeti 3 vezes a execução instrumental.


O segundo vídeo contém a revista completa das tropas pelos comandantes das Forças Armadas, antes que a parada começasse, com a execução instrumental pela banda do NVA da Marcha de Apresentação do NVA. E o terceiro vídeo exibe toda a parte em que as tropas desfilam a pé, de todas as Forças Armadas, até a retirada final da banda musical. Durante a maior parte do procedimento pode-se ouvir a Marcha do NVA para Desfilar em Parada, e eu cortei a passagem de tanques, mísseis e outras máquinas, que você pode ver na postagem original. Nesses dois últimos, há até mesmo um grande cartaz escrito Es lebe die Deutsche Demokratische Republik – unser sozialistisches Vaterland! (Viva a República Democrática Alemã, nossa Pátria socialista!), e eu não cortei o quadro, pra que você pudesse desfrutar completamente da riqueza visual, presente nas bandeiras, nas tropas, nos carros, nas máquinas e no público.




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