terça-feira, 23 de abril de 2019

Bolsonaro na Hungria critica esquerdas


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No dia 17 de abril eu estava procurando canais de TV húngaros no YouTube pra escutar a língua, e por coincidência uma das emissoras que encontrei tinha acabado de lançar um vídeo do deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro e presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, encontrando-se com o ministro das Relações Exteriores da Hungria, Péter Szijjártó. Não sei exatamente como ele foi parar lá, mas sabemos que as direitas brasileiras têm uma simpatia pelo regime do primeiro-ministro Viktor Orbán, dito de “extrema-direita” no Ocidente, contrário à imigração e ao comunismo e realizador de reformas profundas no Estado.

Mesmo assim, é interessante como vemos, nos fatos e comparando diversas fontes, que apesar dos problemas internos e de articulação com o Congresso Nacional, o governo Bolsonaro está atuando ativamente em várias frentes pra atingir seus fins, e não meramente parado “vendo a banda passar”, como a mídia tenta vender. Isso, claro, independente da opinião política ou ideológica que adotamos, pois também não concordo com muitas das ideias e decisões de Bolsonaro, nem gosto de muitos ministros que ele empossou. A Folha do Brasil, por exemplo, um canal recente do YouTube, está sempre postando notícias e informações do Planalto, apesar de seu caráter governista e laudatório.

Eduardo Bolsonaro foi eleito presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados em março, tendo como primeiro vice-presidente Luiz Philippe de Orleans e Bragança, descendente da família real brasileira. Ele é chamado de “chanceler informal” pelo site de esquerda Brasil 247, e de fato esteve recentemente fazendo um périplo pela Europa ao encontro de lideranças de direita: logo depois ele foi ver Matteo Salvini, vice-primeiro-ministro e ministro do Interior italiano pelo partido Lega Nord. Bolsonaro se vangloria da extradição que o Brasil “promoveu” de Cesare Battisti ao país, o que na verdade foi feito pela Bolívia. Ele também é autor do Projeto de Lei 5358/16, que criminaliza a apologia ao comunismo, e disse certa vez num cursinho que pra derrubar o STF bastavam “um soldado e um cabo”.

Embora Eduardo tenha uma obsessão contra o comunismo, a Venezuela e teorias conspiratórias, em tese seu objetivo na Hungria é ampliar laços nas áreas de economia, pesquisa e ensino superior, o que seria ótimo diante de um país com tantas tradições, um alto nível de vida e uma língua pouco conhecida no Ocidente. Por causa desse mistério linguístico, resolvi postar aqui a breve notícia com legendas, traduzida direto do húngaro. Mas como fiz isso, se não conheço o idioma a fundo e só estudei seus fundamentos há muitos anos? Cotejando várias páginas de notícias com o áudio, além do texto oferecido pela própria emissora, consegui chegar a uma versão prévia da transcrição, que foi corrigida pela tradutora Zsuzsanna (se lê “jújana”). Joguei o texto completo no Google Tradutor, comparei as versões em inglês, francês, alemão e russo e cheguei ao que vocês veem nas legendas.

Como é tradição na Hungria, assim como na cultura japonesa, o ministro Péter Szijjártó é chamado “Szijjártó Péter” no original, ou seja, o sobrenome antes do prenome. Infelizmente não achei a fala do ministro transcrita, nem pedi pra que minha colega transcrevesse, uma lacuna que deixei voluntariamente no vídeo. Seguem abaixo minha legendagem, a transcrição do áudio, a primeira versão a que cheguei com o Google e a tradução corrigida pela Zsuzsanna:



Új alapokra helyezik a magyar-brazil kapcsolatokat: Szijjártó Péter, magyar külügyminiszter találkozot Budapesten Eduardo Bolsonaro, a brazil törvényhozás külügyi bizottságának vezetője. A közelmultban megválasztott elnök Jair Bolsonaro fia. Bolsonaro a kommunizmussal és Soros Györggyel szembeni közös ellenszenvet hangsúlyozta. “Én sem szeretem Soros Györgyöt, szeretném egészen világossá tenni, hogy a politikai korrektséget se nagyon követjük. Ezt is szeretném itt megtanulni, hogyan állítja meg az önök kormánya az ilyen rossz embereket”. A két vezető közös stratégiát fogadott el, amelyben kitértek a gazdasági kapcsolatokra, a kutatási együttműködésre és a felsőoktatási kapcsolatok erősítésére.

Versão 1: As relações húngaro-brasileiras estão ganhando novos fundamentos: Péter Szijjártó, ministro das Relações Exteriores da Hungria, encontrou-se em Budapeste com Eduardo Bolsonaro, chefe da Comissão de Relações Exteriores do Congresso Nacional brasileiro e filho de Jair Bolsonaro, presidente recém-eleito. Bolsonaro ressaltou a oposição em comum ao comunismo e a George Soros: “Também não gosto de George Soros, e gostaria de esclarecer que também rejeitamos o politicamente correto. Também desejo aprender aqui como seu governo controla pessoas assim”. Os dois líderes adotaram uma estratégia conjunta para melhorar as relações econômicas, a colaboração no campo da pesquisa e o fortalecimento das relações no âmbito do ensino superior.

Versão 2: As relações húngaro-brasileiras estão ganhando novos fundamentos: Péter Szijjártó, ministro das Relações Exteriores da Hungria, encontrou-se em Budapeste com Eduardo Bolsonaro, chefe da Comissão de Relações Exteriores brasileiro e filho de Jair Bolsonaro, presidente recém-eleito. Bolsonaro ressaltou a oposição em comum ao comunismo e a George Soros: “Também não gosto de George Soros, e gostaria de deixar bem claro que também não seguimos muito o politicamente correto. Também desejo aprender aqui como seu governo controla pessoas tão ruins assim”. Os dois líderes adotaram questões de estratégia conjunta em que abordaram as relações econômicas, a colaboração no campo da pesquisa e o fortalecimento das relações no âmbito do ensino superior.


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