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Como se pode ver, ao longo de meu incipiente amadurecimento mental e tranquilização espiritual durante meus 17 anos, fui melhorando minha redação e tratando de temas menos banais e mais impessoais, alcançando reflexões interessantes. Desta vez o soneto que apresento se chama “Nunaj tempoj”, os “Tempos atuais”, porque sempre foi moda reclamar indiretamente da atualidade e falar de coisas que no passado seriam supostamente melhores. Na verdade, esse é um daqueles textos, e reconheço com sinceridade, que parece ter sido mais um exercício redacional e linguístico do que um acréscimo artístico. Meu pensamento sobre várias coisas que conheci na vida é organizado de um jeito quadrado e padronizado, até monótono, com terminações que servem só pra rimar.
Até parece estranho eu estar “metendo o pau” no meu próprio poema, né? Hehehe. De fato, olhando em retrospecto com uma lente mais crítica, é o que realmente penso, e até espanta que o telefone celular (mobiltelefono), então sem tecnologia de internet e hoje transmutado já nos smartphones, apareça como um sinal de modernidade. A referência à canção London, London de Caetano Veloso, então, é puramente enchimento de rima, embora se coadune com a referência a uma obra antiga. Mas olhando por outro lado, até que essa intrusão na montagem ficou bonitinha, não?... O conjunto, por vezes forçado, é até interessante, mas talvez forçado porque é meu último soneto registrado, talvez de algum período em meados de 2005, mas provavelmente não do segundo semestre. Nessa época, eu já estava às voltas com o vestibular e só de vez em quando traduzia canções do esperanto pra relaxar: não tinha mais energia pra criações próprias. Estas, como as que já postei aqui há muito mais tempo, só retornariam tarde na minha graduação.
Contudo, sempre que eu fazia um poema em esperanto, é porque eu estava inspirado, e não escrevia nada “por encomenda” de outros ou de minha própria cabeça. Inspiração aí não deve ter faltado, mas o soneto já tem a cara de recordação derradeira de uma época em transição. O que talvez deve ter sido mais importante foi a crítica social insinuada, indicando já o curso de História no qual logo entraria e as opiniões que eu aí sustentaria no início. Indo além, nesse último ano de meu Ensino Médio, principalmente a partir de meados, eu de fato sustentava opiniões socialistas, compartilhadas por outras garotas de minha sala, e as manteria enquanto era “bixo”, chegado até a votar em Heloísa Helena pra presidente. Só em 2007, talvez, fui moldando mais meu jeitão “conservador”, porque a vivência de minha primeira greve universitária trouxe decepções quanto àqueles militantes que se diziam “revolucionários”.
Mas, infelizmente, de novo não sei a data exata do soneto, e ela se me aparece de forma ainda mais imprecisa do que os outros. Pelo assunto e pela linguagem, só consigo concluir, sem certeza, que ele tem um considerável hiato temporal em relação aos anteriores. Abaixo estão o texto em esperanto, no qual só fiz uma alteração mínima, e uma tradução improvisada pro português, só pra dar uma noção do conteúdo pra maioria dos leitores. Assim como fiz com outros poemas, desejo mais pra frente recitar este e outros sonetos pra postar no meu canal O Eslavo (YouTube). Boa leitura, e espero que gostem!
Nunaj tempoj La moderno regas nian mondon De milit’ kaj mobiltelefono, De dubo pri l’ ekzisto de bono, Kiam la hom’ faras modan fondon. Jam ne ekzistas plu gramofono, La mondo ne estas plu la sama, Allogas kapitalismaj tentoj ____________________ Tempos atuais O moderno governa nosso mundo De guerra e telefone celular, De dúvida sobre a existência do bem, Quando o homem faz um cenário de moda. O gramofone já não existe mais, O mundo não é mais o mesmo, Tentações capitalistas seduzem |
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