Minha vida é uma grande lost media, termo que está em voga nesses últimos tempos, com incontáveis toques de cringe, rs. Há algum tempo, publiquei as canções do antigo dono de um posto de gasolina em Bragança Paulista, que no começo dos anos 2000 gravou um CD sob o nome Sergio Estrada, ficando famosa regionalmente na época a faixa Jogo de truco. Existe ainda uma fita cassete, essa sim uma real lost media, provavelmente gravada no fim dos anos 1990, que o mesmo empresário e cantor gravou sob o nome “Sergio Rafael”, distribuiu a clientes que vinham trocar o óleo (no sentido literal, por favor!) e cujas músicas sertanejas eram ainda melhores. Pena que eu a tenha descartado, por ter ficado sem um player pra essas fitas por um tempo!
No início dos anos 2000, provavelmente em 2001 ou 2002, frequentávamos muito um restaurante na cidade de Socorro, SP, o Rodízio Mineiro, localizado no começo da estrada vicinal que leva à cidade de Lindoia e que segue em funcionamento. Ele era administrado por um velho senhor, seu filho Mauro e sua nora (esposa desse filho), casal que tem três filhos (hoje já com seus próprios filhos, rs) e que anos depois se separou do patriarca pra fundar seu próprio restaurante, o M’s, no caminho pras chamadas Fontes da Pompeia. Mas na época citada, os donos investiram na presença de música sertaneja ao vivo, sobretudo com os sucessos que bombavam na época, especialmente de Rionegro & Solimões, e um dos “artistas” mais presentes era o rapaz que se apresentava como Zé de Morais. Ele colocava o playback da batida ao fundo e cantava enquanto tocava seu violão preto, como pode ser visto na foto acima. Minha mãe e eu, quando víamos essas figuras pitorescas em locais públicos, brincávamos entre nós que eram “grandes artistas” e ríamos muito, rs. E foi nessa que num domingo em que fomos lá almoçar, pedi à mãe pra que levasse a máquina fotográfica (nada de Olympus nem smartphone naqueles tempos!) e tirasse estes valiosos registros...
Pena que não guardei um cartão de visitas com o logotipo que o Zé de Morais também pendurava estampado num pano, no fundo do “palco” do restaurante: o mapa do Brasil com o nome dele (em caixa alta e grossa) e um violão encaixados dentro! Um tempo depois, quando o “astro” já tinha sido “descontratado” pelo Mauro (lembremos, ainda no Rodízio Mineiro), até lhe perguntamos o que tinha sido dele, e o dono respondeu que tinha voltado ao serviço dele... de servente de pedreiro, rs. Enfim, há um tempo não vamos mais aos dois restaurantes (o Rodízio e o M’s) e nunca mais soubemos do paradeiro do grande sucesso desperdiçado Zé de Morais.
Nunca tinha postado estas fotos em nenhuma rede social que cheguei a ter, e nunca mencionei os restaurantes em nenhuma mídia minha que já tive, nem mesmo aqui. Mas minha mentalidade mais simples de adolescente diferentão da época, que inclusive usava as ditas “sandálias de padre” de couro (hoje eu acharia qualquer tribo “discriminada” facilmente pra me encaixar...), gerava umas situações engraçadas assim. Eu aproveitava o momento, sem ser forçado. O meme antes dos memes, rs. Se o Zé de Morais de Socorro, SP, ou algum conhecido seu estiver lendo esta publicação, deixo meu abraço, meus parabéns pelo talento e minha gratidão pelos agradáveis momentos passados!
P.S. Alguém saberia me informar se aí a garrafa de cerveja Krill e os refris regionais ainda são de graça???
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