quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Pegaram Jorge Pontual pra Cristo?


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Eu sei que a cada dia a nova guerra (que na verdade não começou agora e nunca chegou a “terminar”) entre Israel e grupos terroristas que dizem apoiar o povo palestino tá ficando cada dia mais cruenta, com cada vez mais vítimas inocentes e com os dois lados, inclusive o governo extremista de Netanyahu, tendo cada vez menos razão. Eu sei que isso não é motivo pra brincadeira ou zombaria, mas infelizmente, pelo menos pra nós, brasileiros, a maioria dos quais não tá sofrendo diretamente na pele o conflito, um pouco de ironia crítica não faz mal, sobretudo porque muita gente tá sofrendo de burnout informativo de tanto material desencontrado que recebe, mas não consegue deglutir pelas mídias sociais. E estranhamente, mesmo que os bananeiros nem sempre vivam as guerras e conflitos diretamente, sempre acham que devem ter opinião formada e razão sobre absolutamente tudo, só pra ostentar isso em seus perfis pessoais. Assim, ao invés de aproveitarem a oportunidade pra se informar mais de forma vagarosa e com material de qualidade, perdem tempo na tentativa de arrastar os outros pro próprio sentimentalismo.

Não existe um bordão humorístico no Brasil chamado “Devolvam o Brasil aos índios nativos”? Pois bem, o mapa acima demonstra minha “opinião” (no meio de tanta gritaria vazia) sobre o que fazer com Israel/Palestina: claro que eu poderia escrever um longo texto sobre o que penso e o que sei (duas coisas não necessariamente coincidentes) sobre um assunto em que, ao contrário da Europa Oriental e dos regimes socialistas europeus, incluindo a URSS, não sou especialista. Mas não só não acho que vai acrescentar algo de bom ou útil em meio a tantos estudiosos credenciados pró-Israel ou pró-Palestina (no meio do barulho tóxico, claro), como só tenho tempo pra fazer expressões mais breves, menos elaboradas, geralmente com um tom mais cômico. Na verdade, rir (quem quiser) pra não chorar...




Mas quem mais tá sofrendo na cobertura belicosa é a chamada “mídia hegemônica ocidental”, isto é, grosso modo, Globo, Folha, Estadão, Veja, CNN, BBC etc.; ontem, uma repórter da Sky News britânica, que ainda por cima é privada, quase chorou indignada diante da “impassividade” de um conselheiro de Netanyahu ante a explosão do hospital em Gaza! Pra ex-querda mimada, por mais que ela não pare de mostrar mortos, escombros, protestos e bombardeios nos territórios palestinos, sua cobertura é “pró-Israel”, trata os árabes como “sub-humanos” e todos os canais teriam a mesma opinião. O coitado do Jorge Pontual, por exemplo, só em dois textos pró-Palestina que recebi pelas redes, foi malhado por sua “cobertura parcial” (como se houvesse mídia ou pessoa imparcial!) e pela “passagem de pano” pra Israel. Ataques pessoais mesmo, que ignoram suas épicas “atuações” com o Gangnam Style em 2012, quando ele virou hit mundial (tela quadrada!), ou imitando a Chewbacca em 2016. Tudo ao vivo na TV de quem paga pra isso mesmo...


Nosso amigo indiano, abaixo, usou a bandeira palestina correta no emoji de um chat ao vivo pra demonstrar solidariedade. Mas nosso amigo paquistanês, acima, usou a bandeira dos Emirados Árabes Unidos: não sei se o Hamas ou o Fatah ia gostar, rs.


Acima, apenas uma opinião que desejei expressar! E, abaixo, os dados num vídeo didático que achei por acaso no YouTube:





E pra finalizar, um documentário breve, mas ótimo, em russo lançado pela mídia exilada Nóvaia Gazeta Ievropa revela a ascensão e os podres de Ramzan “Don-Don” Kadyrov, o playboyzinho terrorista que Putin entronizou como subditador da Chechênia pra compensar o fato de, mesmo após o massacre indiscriminado de civis locais, não ter conseguido ganhar as duas guerras contra os separatistas. Como eu disse, meu senso de humor pode não ser exatamente o seu, mas uma das passagens mostra um de seus filhos, Adam, “lutando MMA” aos nove anos de idade, em 2016, provando como a autocracia familiar é levada ao extremo da barbárie! É o mesmo Adam a quem, hoje com 15 anos, foi permitido encher de socos e chutes Nikita Zhuravél, morador de Volgogrado a quem ocorreu queimar em público uma cópia do Alcorão, mas foi levado pra prisão e julgamento por “blasfêmia” em Grozny, só porque era uma região “de maioria muçulmana” (então por que não o Tartaristão ou outro recôndito centro-asiático da vida?). E isso sob a filmagem aprovativa e mediatizada do cosplay de Fofão...

E nasce de um trecho do documentário o “meme”, se é que assim pode ser chamado, MMA de criancinha ou infanto-MMA. Adivinha quem ganhou, não há dúvidas: