A primeira vez em que publiquei sonetos inéditos escritos no ano de 2005 (eu tinha 17 anos) foi ainda em agosto de 2018, achando-os menos “bregas” (hoje se diria “cringe”) por eu os ter escrito como atividade de Português. No final de 2004, durante o ano de 2005 e ocasionalmente em anos posteriores, tive “surtos líricos” em que escrevi diversos sonetos relativos aos temas mais díspares e prosaicos: tratava-se tanto de dar vazão a uma criatividade contida quanto de praticar a versificação e aspectos linguísticos a ela ligados. Ao mesmo tempo, enquanto menino de poucos namoros, eu parecia idealizar encontros e relações amorosos...
Alguns realmente terminei jogando fora, mas outros guardei digitalizados, e os que restaram aparecem aqui hoje. Realmente, devido à pieguice da linguagem e à estranheza dos temas, tive vergonha de os expor até agora, mas preciso fazer você rir um pouco! Em cada soneto, o ritmo da métrica é constante, mas talvez a escolha de fazer algumas ligações, elisões ou reduções possa não ter sido feliz. Amanhã vou publicar outros que fiz pra escola, além de “haicais” (ou “haikus”, micropoemas de origem japonesa com três linhas) pra mesma ocasião: esses, sim, ficaram legais. Atualizei a ortografia, mas não fiz nenhuma alteração na redação e no conteúdo:

Soneto aos sotaques brasileiros (29/4/2005) Os falares do Brasil são diversos
O “tchê” e o “uai”, para mim, são congruentes:
Sendo puxada para o italiano,
Seja praticada pelo cortês,
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Um Brasil Central vazio, sem população,
Deslocar ao centro aquele que não é mau:
Rios como vias de transporte aproveitadas,
Ocupações que melhorem da vida o nível
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As mãos que ternamente acariciam
Meu corpo também é seu de direito
Seu coração repleto de verdades
Seu beijo é lança que arrebenta
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Núcleos são o problema do momento,
Seu emprego já gerou displicências,
Creio que o Brasil não precisa disso
Eu não sou contra suas forças altivas,
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Ao raiar dos olhos lacrimejantes,
“Choro pelo castigo a mim imposto
“Não mais desprezada estás, ficarei,
“Por isso, em meu peito te guardarei,
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O Verbo de Deus se fez carne e habitou
Ave à Mulher que, na gravidez, rejeitaram,
Salve, Belém, cidade santa, manjedoura
Ao Nascido, meio mundo dá seu louvor
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Um ano vai-se para dar lugar
Então, mais nos tornamos aguerridos,
Mais uma cachoeira de esperança,
Os sonhos verterão realidades
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