segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

“Hey, Dzhankoye!” (música ídiche)


Endereço curto: fishuk.cc/dzhankoye


Outra canção que eu queria ver legendada no antigo Pan-Eslavo Brasil, mas pra qual não sobrou tempo! Como dever de honra, mesmo que seja um material já muito difundido na internet, trago nesta quase virada de ano a canção ídiche “דזשאַנקױע” (Dzhankoye), às vezes também conhecida como Hey, Zhankoye!, em referência a uma pequena cidade na Crimeia chamada Dzhankói (tanto em russo quanto em ucraniano). Há também referência às linhas férreas que se cruzavam lá e causavam muita impressão na população. A adição da letra “e” é exclusividade do idioma judaico-germânico, que era muito mais falado na Europa, sobretudo Oriental, antes do Holocausto e da escolha do hebraico moderno como língua oficial do novo Estado de Israel.

Segundo este site que traz a letra original, a transliteração pro alfabeto latino e uma tradução em inglês, Dzhankoye é uma canção folclórica sem autor definido, executada pelos agricultores judeus na Crimeia a partir de meados da década de 1920. Como a península tem grande influência turca (e lá também vivem tártaros e os chamados “tártaros da Crimeia”, de línguas túrquicas), muitos internautas sugeriram uma relação da repetição de “dzhan” com a palavra turca can (“querido/a”), que tem a mesma pronúncia “dján”. A primeira publicação foi feita em 1938 por Moishe Beregovski-ltsik Fefer, e desde então várias gravações antigas e recentes têm sido feitas, dentre as quais se destacam as dos grupos The Limeliters e Klezmatics e dos cantores Pete Seeger e Theodore Bikel.

Neste tópico de discussão numa página no Reddit, há também outras traduções alternativas em português e outras informações sobre o contexto da canção. Abaixo coloquei minhas versões preferidas (primeira, do cantor Frieder Breitkreutz, e segunda, do grupo Oy Vey), além da tradução em português que fiz confrontando a disponível no referido portal e a que achei num comentário do YouTube, ambas em inglês. Os áudios, obviamente, podem variar com o que publiquei aqui, baseado essencialmente naquele site:




1. אַז מען פֿאָרט קײן סעװאַסטאָפּאָל
איז ניט װײַט פֿון סימפֿעראָפּאָל
דאָרטן איז אַ סטאַנציע פֿאַראַן
װער דאַרף זוכן נײַע גליקן?
ס׳איז אַ סטאַנציע אַן אַנטיקל
אין דזשאַנקױע, דזשאַן, דזשאַן, דזשאַן

רעפֿרײן:
הײ, דזשאַן, הײ דזשאַנקױע
הײ, דושאַנװילי, הײ, דזשאַנקױע
הײ, דזשאַנקױע, דזשאַן, דזשאַן, דזשאַן
הײ, דזשאַן, הײ דזשאַנקױע
הײ, דושאַנװילי, הײ, דזשאַנקױע
הײ, דזשאַנקױע, דזשאַן, דזשאַן, דזשאַן

2. ענטפֿערט, ייִדן, אױף מײַן קשיא
װוּ ז׳מײַן ברודער, װוּ ז׳אַבראַשע?
ס׳גײט בײַ אים דער טראַקטער װי אַ באַן
די מומע לאה בײַ דער קאָסילקע
די מומע לאה בײַ דער קאָסילקע
אין דזשאַנקױע, דזשאַן, דזשאַן, דזשאַן

(רעפֿרײן)

3. װער זאָגט, אַז ייִדן קאָנען נאָר האַנדלען
עסן פֿעטע יױך מיט מאַנדלען
נאָר ניט זײַן קײן אַרבעטסמאַן?
דאָס קאָנען זאָגן נאָר די שׂונאים
ייִדן, שפּײַט זײ אָן אין פּנים
טוט אַ קוק אױף דזשאַן, דזשאַן, דזשאַן

(רעפֿרײן)

____________________


1. Az men fort keyn Sevastopol
Iz nit vayt fun Simferopol
Dortn iz a stantsiye faran
Ver dart zukhn naye glikn?
S’iz a stantsye an antikl
In Dzhankoye, Dzhan, Dzhan, Dzhan.

Refreyn:
Hey, Dzhan, hey Dzhankoye
Hey, Dzhanvili, hey, Dzhankoye
Hey, Dzhankoye, Dzhan, Dzhan, Dzhan
Hey, Dzhan, hey Dzhankoye
Hey, Dzhanvili, hey, Dzhankoye
Hey, Dzhankoye, Dzhan, Dzhan, Dzhan

2. Ver zogt, az yidn konen nor handlen
Esn fete yoykh mit mandlen
Nor nit zayn keyn arbetsman?
Dos konen zogn nor di sonim
Yidn, shpayt zey on in ponem
Tut a kuk oyf Dzhan, Dzhan, Dzhan

(Refreyn)

3. Entfert, yִidn, oyf mayn kashe
Vu’z mayn bruder, vu’z Abrashe?
S’geyt bay im der trakter vi a ban
Di mume Leye bay der kosilke
Beyle bay der molotilke
In Dzhankoye, Dzhan, Dzhan, Dzhan

(Refreyn)

____________________


1. No caminho pra Sevastópol
Não muito longe de Simferópol
Há uma estação ferroviária
Quem precisa buscar novos sucessos?
É uma estação muito especial
Em Dzhankoye, Dzhan, Dzhan, Dzhan

Refrão:
(Dispensa tradução. “Dzhanvili”
talvez seja apenas um trocadilho.)

2. Pessoal, respondam à minha pergunta
Onde está meu irmão? Onde está Abrasha?
Seu trator está andando como um trem
Minha tia Leye está na ceifadeira
E Beyle está na debulhadora,
Em Dzhankoye, Dzhan, Dzhan, Dzhan

(Refrão)

3. Quem disse que judeus só sabem comerciar
E fazer sopas gordas com amêndoas
Mas não sabem ser operários?
Só nossos inimigos podem dizer isso
Judeus, cuspam na cara deles
Dê uma olhada em Dzhan, Dzhan, Dzhan

(Refrão)



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