quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Sobre a “duplicidade” dos jornalões


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Parafraseando o comunista José Saramago sobre a Igreja Católica, as insolências mentirosas de uma certa ex-querda ocidental que perdeu sua bússola confortante com o fim do pesadelo soviético e recaiu na legitimação do que há de pior e mais assassino no mundo precisam ser combatidas insolentemente com a recordação de valores óbvios, como a humildade, o antiautoritarismo e o ceticismo, a sinceridade que a faça reaprender a encarar o contraditório e a rejeição à mentira e à manipulação, mesmo que se arrogue um duvidoso objetivo ou caráter “de classe”.

Será que pra certos “cronistas visuais da barbárie”, vidas ucranianas valem menos do que vidas palestinas? Mariupol e Bakhmut valem menos do que Gaza e Khan Yunis? O Teatro Dramático Acadêmico da Região de Donetsk, onde Putin bombardeou mais de 300 pessoas, inclusive mulheres e crianças refugiadas, vale menos do que o Hospital Al-Ahli Arab, onde centenas também teriam se refugiado?... Por isso, é com alegria que eu soube que o público tá tomando um pouco de consciência e enchendo a orelha daquela rede que pregava “liberdade de expressão” até pra pior extrema-direita:


Mas quando um adulto entra numa rede que tem regras específicas, não as lê, quebra-as e depois fica chorando por causa da punição, a gente não pode esperar mais do que uma atitude mentalmente de “quinta série”. O caso do presidente da EBC, aquela mesma em que uma âncora de jornal falou “célebro”, o qual se demitiu após compartilhar uma das barbáries latuffianas (não vi o original e não sei se tem a ver com a imagem que El Cruenista pôs junto) e ser criticado por membros do próprio governo, é emblemático: o autor comemorou em público por ter avacalhado a aula, mas quem ter sido expulso da sala foi o colega que apenas riu da brincadeira. Em outras palavras, não foi Latuff quem perdeu o emprego, então mostrou abertamente que K-gol pro ex-presidente: