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Esta canção foi empregada como hino da Internacional Comunista (ou 3.ª Internacional, ou Comintern), o órgão dirigente de todos os Partidos Comunistas do mundo a partir de Moscou, de 1930 até 1943, quando a organização foi dissolvida. A melodia foi composta por Hanns Eisler, a letra original em alemão por Franz Jahnke e Maxim Vallentin, e a tradução para o russo por Ilia Frenkel.
Originalmente, ela foi criada em 1928 para um programa teatral de agitação e propaganda, o Krasny rupor (Porta-Voz Vermelho), dedicado ao décimo aniversário de fundação da Comintern e executado em março de 1929 em Berlim. A letra em alemão, chamada Kominternlied (Canção da Comintern), tinha um significado bastante diferente. Em novembro de 1930, em Moscou, Eisler apresentou privadamente a canção para o compositor soviético Nikolai Chemberdzhi, que gostou dela e instou a que fosse transformada no hino da Internacional. Já em janeiro de 1931, a letra em russo de Ilia Frenkel, escrita especialmente para esse fim e transformada no Gimn Kominterna (Hino da Comintern), foi publicada na revista Za proletarskuiu muzyku (Por uma Música Proletária) e se tornou muito popular na União Soviética.
Após a Segunda Guerra Mundial e não existindo mais a Comintern, a canção tomou dois rumos. Na recém-formada Alemanha Oriental, o escritor Stephan Hermlin reformulou toda a letra em alemão, mantendo intacta apenas a segunda estrofe, e a canção passou a se chamar Lied der Werktätigen (Canção dos Trabalhadores). Na URSS, a segunda estrofe se tornou a quarta, o último verso dessa estrofe (“Наш лозунг - Всемирный Советский Союз!” ‒ Nossa palavra de ordem: uma União Soviética Mundial!) foi trocado (“Товарищ, борись за свободу свою!” ‒ Camarada, combata pela própria liberdade!) e o primeiro verso da quarta/terceira estrofe teve a palavra “Коминтерна” (da Comintern) trocada por “коммунистов” (dos comunistas). A canção passou a ser intitulada pelas suas primeiras palavras, Zavody, vstavaite! (Levantem-se, fábricas!).
A versão que traduzi e legendei é essa segunda do pós-guerra, executada pelo Grande Coral da Rádio Soviética, com solo de Piotr Kirichek, em 1958. Infelizmente não achei nenhuma gravação da versão completa do Hino, mas apenas uma bem antiga em que se cantam apenas a primeira e a segunda/quarta estrofes. Achei melhor usar a versão completa posterior na legendagem, e indicar aqui no blog, com notas de rodapé, no que o hino se diferenciava. Podem ser lidas nesta página as duas versões em russo, mas também postei abaixo o texto com as diferenças.
Esta introdução explicativa tem informação da Wikipédia em russo e desta página também em russo, com uma história da canção e com as duas variantes em alemão. E abaixo, o vídeo pro qual não fiz alterações na letra, já que com música temos limites mais flexíveis pra fazer legendagem:
Заводы, вставайте! Шеренги смыкайте! Товарищи в тюрьмах, в застенках холодных, На зов коммунистов стальными рядами (1) (2) Огонь ленинизма наш путь освещает, ____________________
Camaradas na prisão, nas frias câmaras de tortura, Ao chamado dos comunistas, em fileiras de aço (1) (2) A chama do leninismo ilumina nosso caminho |
Notas (Clique pra voltar ao texto)
(1) Redação deste verso na primeira versão: “На зов Коминтерна стальными рядами” (Ao chamado da Comintern, em fileiras de aço).
(2) Na primeira versão, esta estrofe era a segunda.
(3) Redação destes dois últimos versos na primeira versão: “Наш лозунг – Всемирный Советский Союз!” (Nossa palavra de ordem: uma União Soviética Mundial!).
Stalin e outros líderes comunistas à frente do 7.º (e último) Congresso da Comintern, em 1935.
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