Após algumas buscas que estava fazendo domingo passado, descobri que um ano depois do início da revolta na Síria contra o ditador Bashar al-Asad, que ainda estava numa fase, digamos, “quente”, os manifestantes se divertiram com humor após descobrirem uma série de e-mails românticos trocados entre ele e sua esposa Asmaa (a “piranha” do Caio Blinder, rs). Vazados no início de março de 2012 por gente conhecida e divulgados na imprensa britânica, neles a esposa chama Bashar com o apelido carinhoso (ê, Gusttavo Lima!) de “pato”, o que fez a alegria da oposição durante o mês inteiro. Mas não sei se a referência faz parte de alguma das duas culturas (ela nasceu no Reino Unido) ou é apenas uma bizarra escolha pessoal dos realmente apaixonados pombinhos... ops, patinhos!
Não tenho muito mais o que falar sobre a situação na Síria, a não ser observar e torcer pra que não degenere em mais guerra civil, sobretudo com a questão curda, ainda longe de ser resolvida e constantemente ameaçada pelo terrorismo turco. Asad em árabe significa “leão”, e Bashar também era apelidado de “girafa” por sua altura e seu pescoço longo, mas antes de jogar gás tóxico na própria população desarmada em 2013 e permitir que Putin a bombardeasse a partir de 2015, o zoológico ambulante era chamado de “pato”. Como recordação desse caso anedótico, seguem dois artigos da época que traduzi do inglês, um anônimo publicado pela ABC News australiana e outro escrito por Ruth Sherlock pro Telegraph britânico. Pra este segundo, sugiro que desabilite o JavaScript no navegador pra ler, pois o 12ft.io não funciona com ele.
De leão a pato: apelido de al-Asad viraliza – Uma suposta troca de e-mails entre o presidente sírio Bashar al-Asad e sua esposa Asmaa, na qual ela se refere a ele carinhosamente como seu “pato”, foi recebida com júbilo por ativistas e gerou uma série de piadas na internet.
A mensagem, revelada por jornais britânicos no início deste mês [março de 2012], faz parte de um conjunto de documentos vazados por ativistas e supostamente entre os al-Asad, seus conselheiros e familiares.
Nele, a primeira-dama da Síria, nascida no Reino Unido, se refere ao marido, que está combatendo uma revolta sem precedentes contra seu regime, como seu “batta” [ بطة ] (“pato”, em árabe).
A mensagem de 18 de janeiro tem o título “Para meu batta [de penas brancas]” e assinada “sua batta”.
Assim que o e-mail vazou, ativistas se divertiram e aproveitaram pra zombar do presidente, o comparando aos personagens Patolino e Pato Donald e usando patos amarelos de papel recortado em manifestações contra o regime.
Foram postadas no YouTube dezenas de vídeos sobre o assunto, incluindo um que mostra al-Asad na forma de um pato com lábios vermelhos e segurando uma metralhadora.
Outro vídeo mostra manifestantes na cidade de Zabadani, perto da capital síria, Damasco, agitando uma faixa amarela com a palavra “batta” em árabe e alguns gritando “Seu pato, que Deus amaldiçoe sua alma”.
Num protesto noturno esta semana em Damasco, vídeos mostram manifestantes segurando patinhos de borracha amarelos que fazem barulho.
Sites e páginas do Facebook da oposição também estão cheios de piadas zombando de al-Asad e fazendo um trocadilho com seu sobrenome, que significa “leão” em árabe.
Numa mensagem do Facebook, ativistas se referem ao exército sírio como “brigadas de patos de al-Asad”, enquanto uma página em árabe do Facebook se chama “Sou um pato e Bashar não me representa”.
A revolta contra o regime de al-Asad começou como um levante popular em março do ano passado [2011], mas se transformou numa insurreição.
Até agora, a violência deixou mais de 9 mil mortos, segundo a ONU.
Síria: Bashar al-Asad apelidado de “pato” pela esposa Asmaa – O presidente da Síria pode ter ficado famoso por sua violência assustadora, mas é carinhosamente apelidado de “pato” por sua esposa nascida no Reino Unido, Asmaa, conforme e-mails entre o casal que vazaram.
Em algumas mensagens, a sra. al-Asad usou um pseudônimo pro endereço privado de e-mail do marido: “batta”, ou “pato” em árabe.
Em 18 de janeiro [de 2012], enquanto os EUA tentavam aumentar a pressão internacional contra ele, o presidente al-Asad encontrou em sua caixa de entrada um cartão eletrônico [daqueles de aniversário etc.] enviado por sua esposa. O título era “Para meu batta (de penas brancas)” e tinha a assinatura “sua batta”.
A sra. al-Asad enviou ao marido uma série de mensagens românticas, sentimentais e, às vezes, picantes.
Num e-mail, versos sentimentais aparecem na tela com um fundo de música tilintante e borboletas esvoaçantes.
Outros e-mails da amorosa sra. al-Asad incluem poemas de amor rimados: “Por que te amo? Penso e sorrio, porque sei que a lista poderia continuar por quilômetros”, diz uma linha escrita em fonte rosa em negrito.
No início de fevereiro, enquanto os tanques de seu exército bombardeavam zonas da oposição em Homs, o presidente enviou à esposa a letra da canção God Gave Me You [Deus me deu você], do cantor country Blake Skelton.
Eis parte da letra citada: “A pessoa que eu tenho sido ultimamente/Não é quem eu quero ser/Mas você fica aqui bem a meu lado/Vendo a tempestade passar”.
O conjunto de 3 mil e-mails privados entre os al-Asad, seus conselheiros e familiares circulou amplamente na internet e foi aproveitado com humor por ativistas sírios que visam derrubar o regime.
Sites e páginas do Facebook da oposição estão cheias de piadas com o presidente sírio. Uma fotomontagem mostra apoiadores do regime de joelhos, beijando a imagem de um pato.
A caixa de entrada de al-Asad está cheia de mensagens sentimentais e, às vezes, bizarras de admiradoras. Uma delas o chama de “Barry White” em referência ao falecido cantor de soul que chamava a si mesmo “Love God”.
Uma foto, aparentemente enviada pela filha de um diplomata sírio, mostra o desenho de um camelo usando lingerie masoquista, chicote preto em volta do pescoço, olhos cobertos por uma máscara preta e botas de couro pretas de salto alto.
“Para meu patinho, com amor... cuéim cuéim!” kkkkk
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe suas impressões, mas não perca a gentileza nem o senso de utilidade! Tomo a liberdade de apagar comentários mentirosos, xenofóbicos, fora do tema ou cujo objetivo é me ofender pessoalmente.